O agente penal federal Jorge Guaranho deve apresentar, nesta quinta-feira (15), a versão dele sobre os fatos que levaram à morte o tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu Marcelo Arruda. É a primeira vez que Guaranho irá falar sobre o desentendimento e a troca de tiros com Arruda, ocorrida em julho deste ano.
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Procurado pela Gazeta do Povo, o advogado Cleverson Leandro Ortega, que faz parte do corpo de defesa de Guaranho na ação em que o agente é réu por homicídio duplamente qualificado, disse que nesta quinta devem ser ouvidas as testemunhas de defesa. O depoimento de Guaranho será colhido por teleconferência, já que ele está detido preventivamente no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A expectativa do advogado, porém, é que novas audiências sejam marcadas. Isso porque há laudos que foram pedidos pela defesa que ainda não foram anexados à ação penal.
A audiência de instrução desta quinta-feira é a segunda prevista pela Justiça para o caso. Ao fim desta etapa, será concedido prazo para que tanto o Ministério Público quanto a defesa de Guaranho apresentem as alegações finais. Na sequência, o juiz do caso deve decidir se o agente penal federal irá ou não a júri popular.
Tribunal de Justiça vai julgar mérito de habeas corpus de Guaranho
Ainda nesta quinta-feira também será julgado, pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), o mérito do pedido de habeas corpus feito pelos advogados de Guaranho. A solicitação foi negada em primeira instância após a defesa de Guaranho argumentar que a manutenção da prisão do agente penal federal no Complexo Médico Penal de Pinhais seria ilegal.
Os advogados explicaram que Guaranho possui residência fixa e profissão definida, além de ser casado e pai de uma criança recém-nascida. “No conflito de direitos fundamentais devem prevalecer os direitos à vida e à saúde”, afirmou a defesa, que reforçou que “a mera gravidade do crime e o clamor social não são suficientes para fundamentar a manutenção da prisão preventiva do paciente”.
Porém, para o desembargador Xisto Pereira, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, a “enorme e concreta repercussão social, até mesmo internacional” do caso justificaria a manutenção da prisão preventiva de Guaranho. “A intolerância, motivada por exagerada paixão, não pode ser aceita e deve ser coibida pelo Poder Judiciário, tendo em vista as eleições que se avizinham e o conturbado panorama do atual processo eleitoral, sob pena de consequente sensação de impunidade, que poderá gerar novos conflitos entre pessoas com diferentes preferências político-partidárias”, justificou o desembargador, à época.
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