Pessoas que contraíram a Covid-19 e já se recuperaram podem ter um papel importante no tratamento de quem está com a doença neste momento. Pesquisas feitas no Paraná têm indicado que o uso do plasma - um componente do sangue, onde se concentram os anticorpos - de pessoas recuperadas da doença pode ajudar na resposta imune de quem está infectado pelo vírus.
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Desde julho do ano passado, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) tem feito a coleta do sangue de pessoas recuperadas e repassado o plasma para hospitais de Curitiba, Umuarama, Foz do Iguaçu e União da Vitória, que testam a terapia em pacientes voluntários.
Na região de Curitiba, em Campo Largo, o Hospital do Rocio já recebeu cerca de mil bolsas de plasma para serem usadas, e agora vai iniciar, em parceria com o Hemepar, um estudo retrospectivo dos resultados da terapia experimental, comparando a evolução dos pacientes que receberam o “plasma hiperimune” com os que não receberam.
Apesar de a compilação dos dados ainda estar em andamento, a perceção clínica dos resultados é otimista, especialmente em quem recebe a terapia nos primeiros cinco dias de infecção. “Temos alguns bons resultados, assim como há pacientes que não respondem ao plasma. Ainda é muito experimental, mas como estamos falando de uma doença que ainda não tem um tratamento específico, qualquer ajuda é bem vinda”, afirma Liana Labres de Souza, diretora do Hemepar.
Um estudo semelhante foi realizado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, com 104 voluntários, e demonstrou que a terapia é uma alternativa segura, que pode trazer benefícios. No entanto, o estudo foi de “braço único”, ou seja, sem um grupo de controle, que não recebe o tratamento, para que sejam feitas comparações.
“A pesquisa em São Paulo demonstrou uma ajuda pequena. Mas ainda que poucas, são pessoas que tiveram condição de sair dessa doença sem sequelas, são alguns leitos que vagam mais rápido. Um ano se passou e não temos ainda um tratamento de escolha, viável. Então qualquer coisa que ajude um pouco é uma boa coisa”, afirma Liana.
A transfusão de plasma convalescente é experimentada há tempos como terapia para outras doenças infecciosas. Chegou a ser usada na pandemia de gripe espanhola, no início do século passado, e também em surtos mais recentes, como do sarampo, da influenza e até do ebola.
Quem pode doar ao Hemepar
A doação pode ser feita por quem teve diagnóstico positivo para a Covid-19 e já se recuperou. É necessário aguardar o prazo de 45 dias a contar do resultado do exame ou 30 dias do fim dos sintomas. A doação pode ser feita até 180 dias após o diagnóstico.
A coleta de sangue é realizada em qualquer unidade da Hemorrede no Paraná, sempre mediante agendamento. Em Curitiba, na sede do Hemepar, é possível fazer a coleta diretamente do plasma, com a ajuda de uma máquina que separa o componente do resto do sangue durante a doação. Neste caso, é possível repetir a doação até duas vezes por mês, e cada vez coleta até três bolsas de plasma.
A doação não diminui a imunidade de quem doa, e quem tomou a vacina contra a Covid-19 também pode realizar a coleta. Apenas mulheres grávidas e pessoas que já fizeram transfusão de sangue não devem fazer a doação, assim como os menores de 16 anos ou pessoas com menos de 50 quilos.
Mais informações estão disponíveis no site do Hemepar.
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