Com oito plantas industriais e três centros de pesquisa espalhados pela América do Sul e a Europa, a multinacional Horse, especializada no desenvolvimento de motores de baixas emissões, está alocando R$ 100 milhões em investimentos no Paraná.
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O recurso será destinado à produção de motores de alta potência e baixo consumo de combustível, destinados inicialmente aos modelos de carro flex (abastecidos com gasolina ou etanol), o motor 1.3 turbo, que possui 170 (cv) cavalos de potência. "O que me impressionou bastante na minha vinda ao Brasil foi ver a gana das pessoas que trabalham conosco. Vejo como uma qualidade importante do povo brasileiro, que se dedica de forma completa a tudo que faz. Isso nos faz ainda mais esperançosos de que os resultados serão impactantes à nível mundial", afirmou o CEO Global da empresa, Patrice Haettel, à Gazeta do Povo.
Ele avalia que o momento do Paraná é propício para investimentos. "O Brasil é um mercado prioritário na nossa visão de mundo e o Paraná surge como um local privilegiado para isso. A capacidade de crescimento, bem como os pontos fortes que apresenta na economia e a preocupação com a diminuição dos níveis de emissões de carbono, vem ao encontro do nosso objetivo de nos tornarmos líderes no mercado de motores híbridos de baixas emissões que favorecem a descarbonização", destacou Haettel.
Produção no Brasil
Com 700 dos 1,1 mil funcionários que compõem a multinacional na América do Sul, a planta no Brasil, além da produção do motor 1.3 turbo com 170cv, produzirá os motores 1.0 e 1.6 flex, que já constam na gama de produtos. Aliado às características de baixo consumo de combustível e alto torque em baixas rotações, o motor produzido no país contém cilindros com BSC (Body Spray Coating), responsável por reduzir o atrito com anéis e pistões do motor e auxiliar na queda do consumo e das emissões em aproximadamente 1%.
Esse tipo de modelo, segundo o CEO da Horse, além de ser uma forma de implementar futuras soluções de hibridação ( movidos à combustão ou eletricidade) com uso de biocombustíveis, deve atender projetos futuros na cadeia automotiva brasileira. "Na Horse podemos oferecer modelos híbridos de baixa emissão com uso de etanol. Similarmente, com este know-how, ficamos aptos a atender novos projetos na indústria automotiva brasileira e da América Latina", frisou.
Apesar do avanço esperado, Haettel explica que a jornada para um mundo com baixas emissões demanda paciência e trabalho em diferentes regiões. A empresa projeta liderar o mercado, com base na tecnologia. "Em 2040, os veículos equipados com motores a combustão e híbridos ainda vão representar mais de 50% das vendas mundiais. Vamos liderar as vendas nesse quesito e queremos progredir. A ideia é ter motores prontos para integrar todos os tipos de sistemas existentes ou alternativos e futuros (combustíveis sintéticos, hidrogênio, GLP, GNV, etanol)", ressaltou.
Horse pretende ampliar oferta de motores a outras montadoras
A empresa também irá embarcar, de acordo com o CEO, em uma espécie de conjunto de sociedades, a chamada "joint venture". Haettel destaca que, com a iniciativa, a Horse terá condições de fornecer motores para outras montadoras, com a ambição de incluir novos parceiros e acionistas interessados em participar do trabalho em torno das motorizações de baixas emissões.
Europa, América do Norte, América Latina e China estão nos planos da joint venture, que pretende alcançar € 15 bilhões com o negócio. A estratégia envolve Horse e Aurobay (montadora chinesa), além da petrolífera saudita Aramco como um dos principais investidores. "Estamos nos complementando. Nós não temos os mesmos mercados, nem as mesmas tecnologias, portanto, não iremos competir em momento algum. É unicamente uma forma de produzir uma sinergia de mercado e tecnologia entre todos os envolvidos", disse ele.
Além do desenvolvimento de motores eletrificados e a combustão de baixa emissão, a joint venture pretende investir em pesquisa e desenvolvimento de soluções de combustíveis sintéticos e de tecnologias a hidrogênio. O objetivo é fornecer os principais componentes para outras montadoras e atrair novos parceiros em projetos que levem aos resultados de baixas emissões.
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