“Quase a totalidade dos hospitais que atendem Covid opera hoje acima de sua capacidade de atendimento” afirma nota divulgada pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar). O comunicado é a primeira resposta ao decreto publicado nesta quarta-feira (10) pela Prefeitura de Curitiba, obrigando os hospitais particulares da capital a apresentarem em 24h seus planos de contingência para o enfrentamento à Covid-19.
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O decreto, assinado pelo prefeito Rafael Greca e pela secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, foi publicado após o anúncio do fechamento do Pronto Atendimento (PA) de alguns hospitais particulares da capital, alegando que não há mais condições de admitir novos pacientes. Um deles, o Hospital Marcelino Champagnat, divulgou vídeos sobre a situação atual, pedindo que a população siga as recomendações das autoridades para a prevenção da doença, pois opera “no limite” (assista ao fim da matéria).
O documento estabelece prazo de 24 horas para que as instituições privadas apresentem seus planejamentos, que deverão prever que no mínimo 50% da capacidade operacional dos leitos clínicos e cirúrgicos registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES seja remanejada para o atendimento exclusivo dos casos suspeitos e confirmados da Covid-19.
De acordo com o Sindipar, que ainda vai reunir seus membros para discutir o novo decreto, a maior parte dos hospitais já emprega mais de 50% de toda a sua capacidade para a assistência de pacientes com a doença. A oferta estaria "restes a ser superada pela alta demanda de casos da doença decorrente da disseminação do novo coronavírus em todo o Paraná".
Além disso, o novo decreto exige que os estabelecimentos privados informem diariamente não apenas os casos suspeitos e confirmados de pacientes com a Covid-19, como também diversas condições de atendimento no local, como número de pacientes internados, em observação e intubados, bem como restrições em equipamentos.
Segundo o Sindipar, já foram tomadas uma série de providências emergenciais para reverter instalações e recursos destinados a outras doenças para o atendimento de pacientes com Covid-19 — como a transformação de leitos clínicos e apartamentos em UTIs. Dessa forma, afirma a entidade, as possibilidades de ampliação de vagas estão praticamente esgotadas devido a limitações como a falta de profissionais de saúde qualificados disponíveis no mercado e a escassez de respiradores e outros equipamentos e insumos. O atendimento a outras doenças e emergências, como infarto, AVC e câncer, já está prejudicado. "A rede privada não dispõe de meios adicionais para abrir novos leitos exclusivos, que já se encontram à beira da lotação", diz a nota.
Ainda segundo a nota divulgada pela entidade, o prolongamento do período de internação e a mudança no perfil de internados com o aumento do número de pacientes entre 30 e 59 anos com quadros de rápido agravamento e necessidade de terapia intensiva, atribuídos à variante brasileira P1, vêm exercendo ainda mais pressão sobre a rede.
“Sem medidas efetivas e o comprometimento da sociedade com a prevenção da Covid-19, é certo que o excesso de demanda provocará desassistência à população — e, por consequência, mortes que poderiam ser evitáveis”, diz o presidente do Sindipar, Flaviano Ventorim.
Hospital faz apelo à população
O Hospital Marcelino Champagnat, que opera com 100% dos leitos Covid-19 ocupados e Pronto Atendimento fechado para novos pacientes, divulgou nesta quarta (10) vídeos falando sobre a situação no local e pedindo a colaboração da população. Confira o depoimento do médico Jarbas da Silva Motta, intensivista do Hospital Marcelino Champagnat.
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