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Hospital Nossa Senhora das Graças, com sede em Curitiba, criou uma usina com placas fotovoltaicas que vão gerar 40% de economia com os custos de energia elétrica.| Foto: Divulgação/HSNG/Guto Costa

Para aproveitar benefícios legais como a isenção de taxas até 2045 sobre a energia fotovoltaica, produzida em painéis solares, e ainda investir em sustentabilidade, a corrida solar - como vem sendo chamada por se aproximar a data limite para o fim dessas benesses - tem levado empresas a inaugurarem usinas desse tipo a centenas de quilômetros da própria sede.

Na quinta-feira passada (1º), o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), de Curitiba, inaugurou em Cidade Gaúcha, no Noroeste do estado e localizada a 436 km da capital, uma grande usina fotovoltaica, que teve a construção iniciada em 2020.

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Instalada em uma área de sete hectares, equivalente a sete campos de futebol, a usina tem 11,6 mil painéis fotovoltaicos com capacidade de produção mensal total de 616 MWh, o que deve impactar em uma economia de 40% na energia elétrica consumida pela instituição filantrópica. "Buscamos a sustentabilidade socioambiental, atendendo o HNSG e outros hospitais do grupo”, explica o diretor administrativo Fernando César de Oliveira, coordenador do projeto.

Além da sede, o grupo hospitalar conta com mais três unidades, a Maternidade Mater Dei, em Curitiba, e o Hospital da Providência e Hospital da Providência Materno Infantil, ambos em Apucarana, no Norte do estado e distante 200 km da cidade que recebeu as placas solares.

A produção dessa usina equivale ao abastecimento de mais de 2 mil residências, com consumo médio de 267 KW/mês, ou em torno de 534 MW/mês efetivamente produzidos no total. A geração da usina deve evitar, também, a emissão mensal de 319 toneladas de CO2 (carbono), o que equivale, por exemplo, à preservação de 44 mil árvores.

Distante, mas ensolarado e de fácil escoamento

A ideia de se construir uma usina a essa grande distância da sede, segundo Fernando César de Oliveira, surgiu de um estudo sobre a radiação solar no estado, que mostrou que Cidade Gaúcha é uma região que tem o melhor índice do Paraná. “Outro motivo é a disponibilidade de uma subestação da Copel, que tinha condições de receber energia gerada pela usina, localizada a uma distância menor que 5 km”, explica o coordenador do projeto.

É esta proximidade de uma subestação da distribuidora que torna possível que a energia ali produzida e injetada no sistema seja “abatida” do consumo daquele produtor - usando os benefícios do marco legal da micro e minigeração de energia, a Lei 14.300, de 6 de janeiro deste ano. Na categoria do autoconsumo remoto, unidades consumidoras de mesmo CNPJ, incluídas matriz e filial, todas atendidas pela mesma distribuidora, podem ser beneficiadas.

Segundo essa lei, haverá cobrança gradual pelo uso da rede de distribuição para quem gera a própria energia, mas há direitos para quem tem um sistema solar instalado ou instalar até 12 meses após a divulgação da lei, garantindo isenção de taxas até 31 de dezembro de 2045.

Paraná está na sétima posição de ranking nacional

O Paraná se destaca no setor fotovoltaico no Brasil, com quase 99% dos municípios com alguma conexão desse tipo em seu território: 395 dos 399 municípios têm o recurso, cuja potência instalada somada coloca o estado na sétima posição do ranking nacional da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). São 527,8 MW de potência de energia solar instalada em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. Essa potência refere-se à geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o que é diferente das grandes usinas centralizadas.

O avanço da energia solar, segundo a coordenadora estadual da Absolar no Paraná, Liciany Ribeiro, ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do país e reduz a pressão sobre os recursos hídricos e o risco da ocorrência de bandeira vermelha na conta de luz da população.

“O estado do Paraná é um importante centro de desenvolvimento da energia solar. A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, diz ela.

Projetos de sustentabilidade no hospital

Antes da conclusão da obra da usina em Cidade Gaúcha pelo HSNG, em 2021 o hospital já havia implantado outra solução sustentável, mas em relação ao consumo de água, visando o reaproveitamento através de uma estação de tratamento de água de reuso para sua lavanderia. “A Estação de Tratamento de Água de Reuso trata mais de 90% do consumo de água da lavanderia do hospital, que consome pouco mais de 45% do total de água (cerca de 7,5 mil m3/mês) do Hospital Nossa Senhora das Graças”, diz Oliveira. A estação foi implantada no subsolo do hospital e gera uma economia mensal equivalente ao consumo de 400 residências.

Outro projeto que está sendo estudado pelo hospital, segundo ele, é relacionado à logística reversa de embalagens de medicamentos e materiais, implicando o fornecedor na coleta e reutilização desse material na confecção das embalagens novas.

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