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Ensino público paranaense tem melhor crescimento do Brasil
Ensino público paranaense tem melhor crescimento do Brasil| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O Paraná foi o estado que apresentou maior crescimento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, as duas fases da educação pública que são de responsabilidade do governo do estado. Comparando com a avaliação anterior, de 2017, a nota do Paraná saiu de 4,9 para 5,3 no final do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) e de 4,0 para 4,7 no ensino médio, considerando-se tanto a rede pública quanto a privada. Nos anos iniciais do ensino fundamental (de responsabilidade dos municípios no ensino público), o estado manteve-se com Ideb em 6,5 – acima da meta, que era 6,4. Os números do Ideb, relativos a 2019, foram divulgados na manhã desta terça-feira pelo Ministério da Educação.

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Considerando apenas o ensino público, houve crescimento nas três etapas da educação avaliadas. Nos anos iniciais, a nota subiu de 6,3 para 6,4. Nos anos finais do ensino fundamental, de 4,7 para 5,1 e, no ensino médio, de 3,7 para 4,9. Com essas notas, o Paraná fica com a segunda melhor média nos anos iniciais do fundamental (atrás apenas de São Paulo); é o terceiro nos anos finais (com São Paulo e Ceará à frente). No ensino médio, só Goiás e Espírito Santo tiveram notas melhores.

Na rede privada, o Paraná registrou queda na nota dos anos iniciais do ensino fundamental, de 7,4 para 7,2, manteve o mesmo índice de 2017 nos anos finais (6,7) e teve o maior crescimento do país no ensino médio, saltando de 5,9 para 6,4, ultrapassando Distrito Federal, Santa Catarina e Espírito Santo, chegando à maior nota do Brasil.

“Estamos muito satisfeitos, o estado cresceu muito. No ensino médio, crescemos mais em um ano que nos últimos 12 anos. Em 2005, o Ideb era 3,3 e em 2017, 3,7. Agora, com o ano muito forte de 2019, bem puxado, com os professores trabalhando muito, conseguimos subir 0,7. Foi incrível”, comentou o secretário estadual de Educação, Renato Feder. “Atribuo esse crescimento a algumas politicas que fizemos chegar rápido às escolas, como o Prova Paraná, em que os alunos faziam a  prova e a gente dava o feedback em poucos dias para o professor, mostrando qual conteúdo foi assimilado e qual não foi. Fizemos três edições em 2019, antes da prova do Ideb. E o “Presente na Escola”, uma rede inteira em esforço gigante para alunos não faltarem. Conseguimos colocar 60 mil alunos a mais na escola. Tínhamos uma média de 15% de faltas, reduzimos para 9% - num universo de 1 milhão de alunos”, comenta.

O secretário destaca como principal resultado do Ideb a diminuição da diferença entre o ensino privado e o público. “O crescimento da nota da rede pública foi maior que o da privada, isso diminui o gap para o ensino particular. Isso é fundamental para a melhoria da qualidade da rede pública e para a redução da desigualdade”, avalia.

Apesar do crescimento, o Paraná segue meio ponto abaixo da sua meta para o ensino médio. A meta para 2019 era chegar a 5,2 e o estado atingiu 4,7. “O Brasil, como país, segue muito atrás na educação, mas acredito que começou uma subida como país. Temos bons secretários estaduais, bons secretários municipais, focados no aprendizado e a média brasileira subiu muito. Temos uma safra de bons gestores, preocupados com a sala de aula. É o começo de uma escalada”, avalia Feder, que afirma que, no Paraná, apesar da pandemia, a projeção é que a nota continue subindo. “A pandemia atrapalha, mas os alunos estão estudando muito.

O aprendizado continua. Os alunos estão fazendo, em média cinco lições de casa todos os dias”, diz, reforçando, no entanto, a preocupação com a evasão de cerca de 10% dos alunos. “Não me preocupo com o todo, pois 90% dos alunos está estudando. Mas tem uma parte que não conseguimos trazer para o ensino remoto, por maior que tenha sido o esforço. Temos 10% que estão fazendo muito pouco ou quase nada e, quanto mais o tempo passa, mais a escola vai ficando distante da rotina deles, que já estão ocupando seus dias com outras atividades e podem não voltar a escola depois”, analisa.

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