As exceções feitas pela Prefeitura Municipal de Curitiba no decreto que mudou a bandeira do enfrentamento da pandemia do coronavírus na cidade para laranja levaram a comunidade evangélica a reivindicar a reabertura de igrejas e templos religiosos. Pastores, vereadores da bancada evangélica e líderes de outras religiões têm uma reunião com representantes da prefeitura às 11 horas desta quarta-feira (17) para tentar uma nova flexibilização do decreto.
RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp
Publicado no último sábado (13), o decreto, já na sua primeira versão, tratou de forma diferente os shoppings centers, permitindo seu funcionamento, apenas com restrição de horário e fechamento nos finais de semana. Pelo protocolo original da prefeitura, esses estabelecimentos deveriam ser fechados na bandeira laranja. Na última segunda-feira, após reivindicação dos setores, a prefeitura também se comprometeu a rever o fechamento de academias e clubes esportivos, bem como a proibição de funcionamento de restaurantes no período noturno. Agora, ao menos parte das igrejas também quer o mesmo tratamento.
“O decreto de sábado nos pegou de surpresa. Tentamos ser ouvidos pela prefeitura, mas o prefeito não abriu agenda. Conseguimos uma conversa com o presidente da Câmara [na última segunda-feira]. Mas a surpresa aumentou quando soubemos que a prefeitura recebeu outros setores e cedeu às reivindicações deles. Voltamos a pedir e conseguimos uma reunião com o secretário de governo [Luiz Fernando Jamur] para as 11 h desta quarta-feira”, conta a vereadora Noêmia Rocha (MDB).
“Seis representantes das igrejas irão se reunir com o secretário para buscar uma saída para a situação. Gostaríamos de ser atendido da mesma maneira que as academias. Reivindicamos isonomia. As igrejas estavam funcionando com menos de 30% da capacidade, cumprindo todos os protocolos de distanciamento e de higienização”, reforçou o vereador Ezequias Barros (PMB), informando que, além de representantes da igreja evangélica, participarão da reunião membros da arquidiocese de Curitiba e representantes de outras religiões.
A arquidiocese, no entanto, não confirmou a participação na reunião e disse não ter nenhuma posição oficial quanto ao decreto. O presidente da União Sul-Brasileira da Igreja Adventista, pastor Marlinton Lopes, informou que a igreja adventista não questiona a decisão, e já está cumprindo as novas orientações da prefeitura.
Pedido de informação
Na sessão plenária desta terça-feira, a vereadora Noêmia Rocha também apresentou pedido de informação à Secretaria Municipal de Saúde a respeito da declaração da secretária Márcia Huçulak de que já havia registro de morte por Covid-19 de paciente que teria contraído o vírus ao participar de evento religioso. “Fiz um pedido de informação para saber quem morreu porque participou de evento religioso. E queremos saber se essa pessoa, se é que teve, por acaso não usou o transporte coletivo para chegar à igreja. O problema está no transporte coletivo, não na igreja”, diz.
“O decreto ser publicado já abrindo exceção para shopping é o sinal claro de que a prefeitura privilegia o poder econômico. Igrejas têm cerca de quatro eventos de uma hora por semana, em média. Shopping está funcionando oito horas por dia. A gente não admite que se responsabilize as igrejas pelo aumento de casos e de mortes por Covid em Curitiba”, conclui.
Oposição diminui ênfase no STF e retoma pautas usuais do Congresso
Pesquisa mostra consolidação da direita nos estados e indefinição no antagonismo a Lula em 2026
Reforma tributária: Relator corta desconto a saneamento e inclui refrigerantes no “imposto do pecado”
Vínculo empregatício com APPs deixaria 905 mil sem trabalho e tiraria R$ 33 bi do PIB, diz estudo
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná