Fruto de um cabo de guerra entre os então dois principais candidatos ao governo do Paraná na última eleição, a Ilha das Cobras, na Baía de Paranaguá, ganhará uma escola de gastronomia e hotelaria voltada ao desenvolvimento dos profissionais que atuam no Litoral do Paraná.
A instalação, que funcionará na residência oficial de veraneio do Executivo estadual, foi a saída encontrada pelo governo de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), vencedor do pleito, para driblar um decreto assinado pela sua antecessora, Cida Borghetti (PP), que limita o poder do estado em toda a ilha.
De acordo com o governo, a residência será reformada para se transformar na escola profissionalizante. O projeto contará com parceria do Sebrae (o Senac será responsável pela elaboração dos cursos). “A ideia é transformar um espaço que era de lazer para o governador em uma escola de formação de trabalhadores da área de gastronomia e turismo especializados em comidas regionais do Litoral”, explica Renato Adur, responsável na Casa Civil pelas políticas voltadas ao Litoral.
“Temos 14 ilhas habitadas no Litoral e o objetivo é fomentar o turismo nelas”, defende o condutor do projeto. “Queremos melhorar a qualidade para o nosso turista, de outros estados e países. Preparar esse pessoal [os profissionais da região] para dar um atendimento de mais qualidade”, diz.
De acordo com o governo, as aulas devem começar logo após a reforma da casa de veraneio – estima-se que a abertura seja no início do segundo semestre. Elas serão gratuitas e, em um primeiro momento, direcionadas aos profissionais de cozinha que já atuam na faixa litorânea paranaense. A casa deverá receber grupos de 20 alunos por vez. Eles devem permanecer em treinamento por três semanas seguidas, segundo o projeto inicial.
Solução para promessa de campanha
Embora Adur não relacione a criação da escola ao decreto limitante de Cida Borghetti, o novo uso do espaço é, de certa forma, uma saída a uma promessa de campanha do governador. Em seu primeiro programa eleitoral, Ratinho Junior prometeu “acabar com a ilha” do governador, a qual classificava como exemplo de “mordomias da velha política”. De propriedade da União, mas cedida ao governo do estado, a casa oficial de veraneio vinha sendo subutilizada e passou quase 9 anos sem receber uma hospedagem oficial – o último a utilizá-la havia sido o ex-governador Beto Richa (PSDB), em 2011.
A residência, porém, continuava gerando despesas de manutenção, como limpeza, luz, água, reparos e eventuais pinturas – o valor estimado por Adur é de quase R$ 20 mil mensais. Uma situação semelhante a outra residência oficial colocada na mira do ainda candidato Ratinho Junior: a Granja do Canguiri, em Pinhais.
Como resposta, em setembro do ano passado, a então governadora Cida Borghetti, principal adversária na eleição estadual, assinou um decreto tornando a Ilha das Cobras uma unidade de conservação na categoria Parque Estadual, com proteção integral do ambiente. A área de 52 hectares é remanescente de Mata Atlântica e parada de tartarugas marinhas. Para a pepista, a propriedade era de interesse para pesquisa e educação ambiental. Com isso, uma possível venda do espaço se tornou inviável. Cida refutou uma briga política à época, apontando que o assunto já estava sendo tratado com a União nos meses anteriores ao decreto.
Ainda não há projeto divulgado para a Granja do Canguiri.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião