Na metade de dezembro, um navio de passageiros atracou no Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, pela primeira vez em três anos. Com cerca de 400 passageiros, a embarcação, considerada de pequeno porte, trouxe turistas à cidade portuária, ao litoral do estado e também a Curitiba. A expectativa agora é por uma presença frequente dos navios de cruzeiro no local.
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Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, a chegada da embarcação foi o resultado de uma ação que começou em janeiro de 2019, com as novas diretrizes do governo do Paraná para atrair turistas ao estado. “Desde o começo do ano, o porto buscou formas de dar algum tipo de atrativo aos turistas, de demonstrar que somos um porto operacional com condições de receber um navio de passageiros”, declarou.
Segundo a administração portuária, a expectativa é de que outra embarcação desse tipo chegue ao estado em fevereiro. Porém, ela não deve usar o porto e sim fundear nas imediações da Ilha do Mel, em um atracadouro similar aos vistos em Búzios e Angra dos Reis, cidades do Rio de Janeiro conhecidas pelas rotas marítimas.
Trapiche da Ilha do Mel
As obras desse novo espaço já estão previstas para este ano e dependem da licença ambiental e da autorização da agência regulamentadora, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), para começarem. Elas serão bancadas com investimento privado, e devem oferecer melhores condições de receber turistas na região da baía de Paranaguá.
O diretor-presidente diz acreditar que, uma vez instalado o trapiche da Ilha do Mel, a procura será grande das empresas de cruzeiros em incluir a rota em suas viagens. “Há uma intenção muito forte das maiores empresas de cruzeiros, elas têm grande expectativa pela obra desse trapiche”, afirmou.
De acordo com o diretor-presidente, além da limpeza, destacada por operadores e passageiros que passaram pelo local, é preciso manter o esforço conjunto dos governos para consolidar a cidade como rota dos cruzeiros e seguir atraindo o interesse pela cidade. “Conseguimos demonstrar para as companhias que temos condições, que eles podem usufruir do porto sem transtornos aos passageiros. Mas isso não faz uma atração imediata. Se a gente não consolidar essa rota, de nada adianta. Tem que escutar o mercado”.
Além do atracadouro na Ilha do Mel, Silva explica que também existem projetos para uma nova área de embarque e desembarque de passageiros na área portuária, mas em uma região separada do cais de carga. “É outra ação planejada, mas vai depender de uma demanda. Há uma área especifica para a construção de um receptivo pra navios turísticos, tal qual existe em Santos, no Rio de Janeiro, afastada da área operacional, que teria maior conforto, para Paranaguá e o Paraná não serem uma rota apenas de parada, mas de permanência também”, disse.
Concorrência de Balneário Camboriú
Além de Santos, o maior terminal de passageiros do Brasil, que fica a cerca de 300 km de Paranaguá, um novo empreendimento em Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, poderia ser um concorrente ao litoral do estado.
Lá, será construído o primeiro porto exclusivamente para navios de passageiros do Brasil. Batizado de BC Port, o empreendimento foi autorizado em setembro do ano passado pelo governo federal, por meio do Ministério do Turismo, e promete atrair ao menos cinco transatlânticos à cidade. Serão, de acordo com as projeções do ministério, R$ 312 milhões investidos no projeto, que deve trazer 300 mil turistas à região, gerando cerca de R$ 2 bilhões em receitas.
Mesmo com esses dois atrativos próximos, o diretor não entende que haja perda de trajetos, ao contrário, afirma que isso poderá ser mais um atrativo para que mais cruzeiros passem pelo Paraná. “É uma coisa conjunta, os atrativos são as paradas, os cruzeiros precisam andar na costa brasileira. Não vemos isso como uma concorrência, é um complemento”.
Conforme ele, as ações feitas no porto de Paranaguá se somam a diversos esforços do governo do Paraná e da Prefeitura de Paranaguá para atrair os turistas e as rotas marítimas, à exemplo do que está sendo feito no litoral do estado vizinho. “Eles estão melhorando as condições pra pararem lá, e nós, com as ações conjuntas que temos feito, estamos tentando fazer a mesma coisa, para que as rotas voltem a passar por aqui”, decretou.
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