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Aldeia Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu
Aldeia Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu| Foto: cedida pela comunidade Ocoy

No Paraná, um indígena de 105 anos de idade da etnia Guarani, Gregório Venega, morador da aldeia Ocoy, que fica na cidade de São Miguel do Iguaçu, morreu na manhã desta sexta-feira (24) - ele estava infectado com Covid-19 e internado desde o último dia 7.

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O indígena Simão Tupã Vilialva, que já foi cacique na aldeia, disse que Gregório estava internado no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu desde o início do mês e que já tinha alguns problemas de saúde. “Ele já tinha sido operado uns 20 anos atrás. Mas ele trabalhava sozinho, capinando, buscando lenha, aí forçava”, disse ele. “Agora, o mais velho da aldeia é o meu sogro, de 89 anos”, relatou ele.

Simão explica que o enterro será feito no cemitério dentro da própria aldeia e deve ser rápido, de 15 minutos, em função da pandemia do coronavírus. “Normalmente, a gente esperaria os parentes que moram em outros lugares”, lamentou ele.

Até as 16h30, quando a Gazeta do Povo falou com Simão por telefone, o corpo de Gregório ainda não tinha sido levado até a aldeia. A reportagem também não conseguiu contato com o hospital. A morte foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), mas a pasta ainda não tem detalhes sobre o caso.

Gregório Venega, da etnia Guarani, morreu nesta sexta-feira (24). Foto: cedida por Simão Vilialva
Gregório Venega, da etnia Guarani, morreu nesta sexta-feira (24). Foto: cedida por Simão Vilialva

Osmarina de Oliveira, integrante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), lamentou a “perda enorme” e reconheceu preocupação com a chegada do coronavírus na população indígena. Segundo ela, somente na Ocoy, já foram registrados um total de 77 indígenas infectados desde o início da pandemia, incluindo Gregório. “Todos os demais, os 76, se recuperaram e estão bem”, explicou ela.

Por conta das infecções, o cacique da Ocoy, Celso Jopoty Alves, chegou a fechar em junho os dois acessos à aldeia. Na época, a Gazeta do Povo relatava que 35 indígenas já tinham testado positivo para coronavírus na comunidade. O primeiro caso foi de um indígena que trabalha em um frigorífico da região. “Houve alguns problemas, umas situações de gente de fora que tentou entrar na aldeia, mas depois se resolveu”, disse Osmarina.

No boletim da Sesa divulgado quinta-feira (23), consta que, desde o início da pandemia, o Paraná já registrou 79 casos confirmados de infecção por coronavírus em indígenas e ainda há 229 casos suspeitos, ou seja, que aguardam resultado de exames.

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