Se o mercado externo tem redobrado as boas expectativas do agronegócio paranaense, principalmente na exportação de frango e milho, o comércio além das fronteiras deve ajudar a manter bons números também em outro segmento: a indústria. Se tal movimento já era sentido nos primeiros meses do ano, deve se intensificar com o recente acordo comercial entre os blocos sul-americano e europeu.
Contrariando o pessimismo nacional, fruto em parte da lentidão das reformas estruturais, a indústria paranaense vem tendo resultados bem acima da média. Nossas fábricas produziram 6,2% a mais de janeiro até abril deste ano em relação ao mesmo período de 2018, segundo números do IBGE. Foi o melhor desempenho do país, empatando com o Rio Grande do Sul. Isso é significativo, sobretudo, porque o país retraiu – reduziu sua produção em 2,7%.
E a última semana foi de estourar o champagne. Com o acordo bilateral entre Mercosul e União Europeia, anunciado na última sexta-feira (28), a tendência é que tais números sejam "turbinados" no curto prazo. É que, com ele, muitos produtos nacionais devem entrar em países europeus sem taxas de exportação ou com alíquotas bem reduzidas.
Essa área de livre comércio criada soma um PIB aproximado de US$ 19 trilhões e um mercado de aproximadamente 750 milhões de pessoas.
Acréscimo nas exportações
A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) calcula que o Brasil possa ter um acréscimo de US$ 9,9 bilhões nas exportações - como comparação, exportamos para os europeus US$ 42,1 bilhões em 2018. Caso se confirme, ultrapassaremos o bom patamar de 2012. O acordo é progressivo, terá um prazo de 10 anos para ser completamente implementado. Mas já deve surtir efeitos em pouco tempo.
"[O acordo] Cria novas oportunidades de exportação devido à redução de tarifas europeias, ao mesmo tempo em que abre o mercado brasileiro para produtos e serviços europeus, o que exigirá do Brasil aprofundamento das reformas domésticas. O importante é que essa mudança será gradual, mesmo assim as empresas devem começar a se adaptar à nova realidade", disse em nota Robson Andrade, presidente da CNI.
Entre as indústrias do Paraná que poderão se beneficiar do acordo estão a têxtil e madeireira, por exemplo, que terão zeradas as taxas de exportação, hoje na casa dos 17%.
Benefícios ao agronegócio
Os grandes segmentos a serem beneficiados no Paraná, no entanto, são o agronegócio e a indústria diretamente ligada ao campo – a de alimentos, por exemplo. Vem do campo a maior parte dos produtos produzidos aqui que vão para fora do país. Tais itens terão taxas zeradas ou mais baixas do que as cobradas atualmente.
De forma indireta, a indústria que cria bases para melhorar a produção também se beneficiará – o que já tem acontecido e explica parcialmente os bons números industriais no começo do ano. Segundo a Secretaria de Planejamento do Paraná, por exemplo, a produção de bens de capital para a agroindústria – que são os maquinários usados – cresceu 22% do começo de ano a abril.
“Precisamos lembrar que vem da indústria 25% dos empregos no estado. Ou seja, uma melhora ali mexe com outros setores, como o consumo das famílias”, explica o economista Ricardo Olivetti, mestre pela Unesp e consultor de negócios.
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