Quatro em cada 10 dos industriais paranaenses estão otimistas quanto ao desempenho da indústria no Paraná em 2023. O resultado até poderia ser melhor, se não fossem as indefinições no cenário político e econômico brasileiro dos últimos meses. O dado faz parte de uma pesquisa feita há 27 anos pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A mais recente Sondagem Industrial da Fiep, divulgada no fim de dezembro de 2022, também mostrou que apenas 14% dos industriais pesquisados mostram sinais de pessimismo quanto ao novo ano.
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Entre os otimistas e muito otimistas com o desempenho da indústria do Paraná em 2023, a Fiep identificou que a grande maioria dos industriais aposta no crescimento das vendas (87%). Entrar em novos mercados (69%) e aumentar a produtividade e competitividade (64%) são ações que também apareceram nas respostas dos pesquisados. Do outro lado da tabela da Fiep, há sinais de preocupação dos industriais paranaenses com os aumentos nos custos de produção (35%), da infraestrutura logística (32%) e de energia (30%), potenciais entraves nos negócios da indústria no Paraná.
Os custos totais de produção aparecem como o principal entrave para o setor no Estado entre os industriais que se disseram pessimistas com o ano de 2023. Para 88% desse público, este deve ser o principal freio nas linhas de produção. Dificuldade em explorar novos mercados (69%), com as vendas (69%) e investimentos (68%) também apareceram nas respostas, assim como o alto custo de insumos e matérias-primas, gargalos na infraestrutura e acesso à energia com baixo custo.
Otimismo poderia ser maior
Outro dos resultados presentes na Sondagem Industrial da Fiep é a intensidade do otimismo, que segundo os dados da pesquisa está menor para 2023 do que em anos anteriores. Mudanças recentes nos cenários políticos nacional e internacional podem levar à retração da economia para 58% dos pesquisados. Tais fatores podem ajudar no crescimento da economia para 15% dos entrevistados, enquanto para 27% deles a economia não deve sofrer impactos significativos ao longo do ano.
Segundo o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, o estudo é uma ferramenta importante para que a federação conheça intenções, dificuldades e desafios do setor nos próximos meses e possa definir ações convergentes aos interesses da indústria, de acordo com as prioridades sinalizadas na pesquisa.
Para ele, os resultados da Sondagem Industrial da Fiep são um reflexo do momento de definição da política econômica do governo federal. “As políticas que serão adotadas pelo novo governo estão sendo explicitadas agora, então isso abala uma questão básica da indústria que é a necessidade de planejamento, de segurança mínima do que vai se fazer. A expectativa é de que se defina logo qual é o rumo da economia, que caminhos vamos tomar para que a gente recupere um mínimo de confiança no planejamento para a indústria, que é vital. O investimento no setor sempre é de longo prazo e precisamos ter um mínimo de segurança”, afirmou.
Marcelo Alves, economista da Fiep, reforça o impacto do cenário internacional na preocupação dos industriais paranaenses. “O resultado era esperado por conta das muitas mudanças no cenário geopolítico mundial, que aliadas às dificuldades da economia nacional e à instabilidade política do país, acabam influenciando a percepção do industrial paranaense sobre a economia e os negócios nos próximos meses”, avaliou.
Indústria do Paraná seguirá recebendo investimentos
Por fim, a pesquisa – que pode ser acessada na íntegra aqui – mostra que mesmo mais cautelosos, oito em cada 10 dos industriais paranaenses devem aumentar os investimentos no setor em 2023. Melhorias em processos, produtos e serviços estão no foco de 58% dos entrevistados, que também alocarão recursos na redução de custos de produção (49%) e na prospecção de novos mercados (44%).
“O investimento da indústria precisa ser constante na busca de maior competitividade, melhoria de produtividade e aprimoramento de portfólio de produtos, ainda mais numa expectativa não tão boa como nós estamos, pela insegurança do planejamento”, concluiu o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro.
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