Objetivo, segundo Adapar, é evitar aglomerações em espaços com aves exóticas para minimizar risco da influenza aviária| Foto: José Fernando Ogura/AEN
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Eventos que tenham aves exóticas ou pássaros em geral ficarão proibidos no Paraná pelos próximos 90 dias, como medida preventiva à influenza aviária. A decisão técnica vai passar a valer nesta semana, após publicação de portaria da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). A medida restritiva é idêntica às adotadas por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, segundo o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.

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Ortigara lembra que a ação restritiva busca evitar o trânsito de aves em espaços com aglomeração de pessoas, minimizando assim os riscos iminentes à influenza aviária no Paraná.

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Três feiras agropecuárias estão agendadas para os próximos dias no Paraná

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) não tem um levantamento preciso do número de eventos deste tipo programados para o período, mas, pelos calendários oficiais, são três grandes feiras agropecuárias agendadas para os próximos 90 dias e ao menos dois eventos de menor porte que envolvem concursos e exposições.

“O principal objetivo é a conscientização, não a punição. A proibição destes eventos por 90 dias pode ser prorrogada para mais 90 dias, a depender da diminuição ou aumento dos riscos da doença. O que a gente não quer é facilitar a entrada da influenza aviária no país”, afirma o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins. Ele lembra que, no caso de descumprimento da determinação, pode haver a suspensão completa do evento. Já a comercialização legalizada de aves exóticas não deve sofrer nenhuma restrição pela portaria.

O Brasil nunca teve confirmação de casos da gripe aviária, mas o alerta tem aumentado conforme os registros se aproximam do país. Houve casos recentes identificados em aves exóticas no Uruguai e na Argentina. Em plantéis comerciais já há confirmação da gripe aviária no Peru e na Bolívia.

Relatório técnico para o Mapa

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul respondem por 62% da produção e abate da avicultura comercial brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Juntos, os 3 estados do Sul trabalham para obtenção de certificado de unidade autônoma, de modo que, caso haja registros da doença em outras regiões brasileiras, o Sul não sofra interferências em seu status sanitário, o que impactaria diretamente nas exportações.

Autoridades técnicas dos 3 estados se reuniram na semana passada para dar seguimento a um relatório que será enviado ao Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) no dia 7 de março. O objetivo é comprovar que estes estados têm condições sanitárias para compor uma unidade autônoma. “Com essa medida também podemos incentivar que outras regiões brasileiras façam o mesmo e busquem essa certificação”, estimula Ortigara.

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No sábado (25), um grupo técnico da Seab e da Adapar, que atua na elaboração do relatório (o Paraná coordena a comissão que busca a obtenção do certificado de unidade autônoma), esteve com o ministro da Agricultura, Carlos Henrique Baqueta Fávaro, em um evento no município paranaense de Centenário do Sul, no norte do estado. “Mas o nosso objetivo é apresentar o documento técnico (no dia 7 de março) que comprova nossas condições sanitárias. O relatório vai para análise dos secretários de agricultura na sexta (3 de março) para, então, no dia 7, cumprirmos nossa agenda no Ministério da Agricultura para apresentá-lo”, completou Otamir Cesar Martins. O foco no momento é alcançar a certificação nacional. E, depois disso, adianta o diretor-presidente da Adapar, iniciar o processo para a certificação internacional.

Alerta, monitoramento e notificação

Otamir Cesar Martins lembra que a vigilância e os cuidados precisam ser de toda a cadeia produtiva. A recomendação é a intensificação das medidas de biosseguridade nas propriedades, sejam elas comerciais ou não. “Reafirmamos a necessidade de ampliar os cuidados, não permitir a entrada de pessoas nas granjas, cercar espaços de criação, manter a vigilância e, no primeiro sinal suspeito da doença, acionar imediatamente a Adapar, já que temos um corpo técnico preparado para dar pronta resposta e investigação”, completou.

Além das medidas de prevenção à influenza aviária no Paraná e nos estados da região Sul, o que se espera é a diminuição dos riscos com a mudança de rota das aves migratórias, que costumam servir de hospedeiras da doença. Elas devem mudar o fluxo de migração com a chegada do frio no sul do Brasil nos próximos meses.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]