Quando criança, o curitibano Vitorio Scarpi aprendeu a gostar de canto lírico assistindo na televisão, ao lado da mãe, a apresentações de mestres do gênero como o tenor Luciano Pavarotti. Daí nasceu o interesse pela música e a disposição para cantar, primeiramente no chuveiro, como brincadeira, e mais tarde em grupos de coro. Uma atividade à qual ele se dedicava com gosto e afinco, mas que até alguns anos atrás não era encarada como uma profissão na qual seguiria carreira. Que dirá, então, ser um dos vencedores do principal concurso de canto lírico do Brasil.
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Pois quando, no último dia 27 de junho, seu nome foi anunciado como melhor tenor na 18ª edição do Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas, a surpresa foi grande. “Eu assistia aos vídeos dos cantores que já haviam ganhado e a qualidade era muito alta, achava que eu estava aquém do que os jurados esperavam”, disse Vitorio à Gazeta do Povo. Ao todo, 74 candidatos do Brasil e do exterior participaram do concurso, promovido desde 1993 pela Cia. Ópera de São Paulo e que, devido à pandemia do coronavírus, aconteceu pela primeira vez de forma remota.
Uma conquista e tanto para um jovem de 24 anos que passou a se dedicar definitivamente ao canto lírico há pouco mais de dois anos. Tudo começou no fim de 2017, quando Vitorio participou das apresentações do Natal no Paço da Liberdade, que lhe renderam um convite para conhecer o coro masculino Ottava Bassa, criado pelo maestro e cantor lírico Alexandre Mousquer. Mais do que a audição que rendeu o ingresso no coro, foi o início da trajetória como solista e da parceria entre Vitorio e Mousquer, seu professor de canto desde então.
“Sempre tive interesse por canto lírico, mas nunca levei muito a sério. O fato de ter participado do musical de Natal no Paço me abriu outras portas e fez com que eu me envolvesse mais a fundo”, conta Vitorio. Tanto é que, ao contrário da maioria das pessoas que segue por esse caminho, ele jamais havia estudado música até então. Formado em Arquitetura, nunca exerceu a profissão, preferindo se dedicar a atividades musicais e ao grupo folclórico ucraniano Poltava, do qual é coreógrafo e diretor artístico.
Com mais experiência, técnica e conhecimento na bagagem, Vitorio decidiu então, no início de 2020, se inscrever para o Concurso Maria Callas. Veio então a pandemia, que transferiu o evento de abril para junho e de, de presencial, se tornou virtual, com os candidatos mandando suas apresentações em vídeo. Enquanto isso, o curitibano pegou pesado na preparação, com o professor Alexandre Mousquer e a pianista Priscila Malanski. “Não parei, continuei me dedicando, fiz um trabalho grande com a peça que iria apresentar, estudando o texto, o processo de criação e, claro, a técnica vocal.”
Para a fase final do concurso, na apresentação que lhe garantiu o prêmio de melhor tenor, Vitorio interpretou a ária “Che Gelida Manina”, da ópera La Bohème, de Puccini. “É uma obra clássica, que tinha um apelo forte para o público e os jurados”, observa. Uma das interpretações mais famosas é justamente a do ídolo da infância Pavarotti.
Planos futuros
Além do reconhecimento, Vitorio recebeu como prêmio do concurso R$ 2 mil em dinheiro e a participação em dois eventos: o 9º Encontro de Tenores do Brasil de Manaus, que deve acontecer no fim do ano, e a temporada 2020 da Orquestra Sinfônica de Taubaté, do interior paulista, que segue suspensa em decorrência da pandemia.
Enquanto isso, o cantor segue trabalhando e se aperfeiçoando. Entre alguns projetos, ele faz aulas de solfejo (leitura cantada de notas musicais) e leitura de partituras. O objetivo maior, no entanto, é ingressar em um conservatório musical, de preferência na Itália, berço da ópera. “A ideia é ficar um tempo lá, onde o mercado da música clássica é maior”, diz, reforçando que a carreira de cantor lírico agora é um caminho sem volta. “É um sonho que estou realizando, agora é correr atrás.”
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