O inverno termina na tarde desta quarta-feira (22), às 16h21, com volume de chuva abaixo da média histórica e previsão de que o cenário se repita na primavera no Paraná. O estado vive desde o fim de 2019 a pior estiagem em 100 anos, o que força o racionamento de água em Curitiba e Região Metropolitana (RMC) desde março de 2020, e a medida avança a cada dia para mais cidades do interior pela queda no volume de água nos rios e barragens.
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A média de chuva no inverno de 2021 no Paraná ficou em 63,75 milímetros, volume 59,1% menor do que a média histórica da estação, de 101,45 milímetros. O mês mais seco foi julho, quando o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) registrou apenas 14,6 milímetros de chuva, volume praticamente seis vezes menor do que a média histórica de 92,4 milímetros.
Agosto chegou a superar a média histórica de 82,7 milímetros, fechando o mês com 104,4 milímetros. Junho, com 96,4 milímetros, se aproximou da média histórica de 108,1 milímetros. Mas esses volumes não foram suficientes para minimizar o impacto da estiagem, já que em setembro a quantidade de chuva voltou a cair, fechando em 39,6 milímetros até terça-feira (21).
"O inverno já é a estação mais seca do ano, mas em 2021 o volume de chuva ficou ainda menor do que a média histórica, mesmo sem nenhum evento que interferisse, como o La Niña ou El Niño", explica a meteorologista do Simepar Lídia Mota.
Já em relação ao frio, o inverno paranaense de 2021 se comportou dentro do esperado. Ou seja, registrou temperatura baixas conforme o previsto, com picos de veranicos, além de geadas. Foram três grandes ondas de frio, no fim de junho e duas em julho.
Em Curitiba, a temperatura mais baixa registrada no inverno foi de - 0,8°C em julho, com a máxima de 30,3°C em agosto. E justamente no último dia do inverno, o frio retornou à capital, com mínima de 8°C no começo desta quarta-feira, com previsão de apenas 15°C no meio da tarde, quando a estação acabar.
Primavera
O cenário para a primavera que começa nesta quarta é de que o volume de chuva siga abaixo da média histórica. Segundo Lídia, há tendência de que o fenômeno La Niña possa impactar no clima do Paraná nesta primavera. "A perspectiva de chuva na primavera não é muito boa para poder impactar no cenário de falta de água em Curitiba e região", avalia a meteorologista do Simepar.
Agora no fim de setembro, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) vai avaliar se mantém o atual sistema de rodízio no abastecimento em Curitiba e Região Metropolitana, de 36 horas com água e 36 horas sem água. A expectativa mês passado era de que com o volume de chuva em setembro e o início da transposição de água da Barragem do Rio Verde, em Campo Largo, para a Barragem do Passaúna, uma das quatro que abastecem a capital e RMC, o racionamento pudesse retornar ao modelo mais brando, de 48 horas com água por 24 horas sem.
Porém, ao que tudo indica, o quadro ainda não permitirá tal mudança. O sistema de quatro barragens de Curitiba e região melhorou um pouco com as chuvas dos últimos dias, com o armazenamento de água alcançando 50,7% da capacidade, volume ainda longe do ideal. Para que o racionamento seja completamente encerrado, a Sanepar precisa que o sistema chegue a 80% de sua capacidade.
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