Em paralelo aos investimentos na Nova Ferroeste, a Malha Sul também tem sido considerada estratégica para melhorar o cenário comercial e industrial do Paraná, tornando o estado mais competitivo, com menor custo para o produtor e agilidade no transporte para escoamento. A empresa Rumo Malha Sul, que gerencia a Malha Sul, já propôs ao governo federal a antecipação da prorrogação da concessão no trecho ferroviário, que iria até 2027, por mais 30 anos. Em contrapartida, a empresa oferece um investimento privado de R$ 10 bilhões.
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Hoje são 7.223 quilômetros de ferrovias que vão de São Paulo aos estados do sul. A Malha Sul interliga o norte e o noroeste do Paraná (Londrina, Maringá e Apucarana) até Ponta Grossa, Lapa, Curitiba e o Porto de Paranaguá. Outro trecho também faz a relação de Guarapuava com o porto. A ferrovia ainda segue, passando pelo Porto de São Francisco do Sul, e vai até o Rio Grande do Sul, alcançando outras importantes cidades, como Rio Negro, Lages, Vacaria e proximidades de Caxias do Sul.
Para João Arthur Mohr, gerente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o grande desafio será fazer uma ferrovia moderna, de baixo custo operacional e que tenha um frete baixo. “É importante que o usuário veja os seus investimentos e principalmente o seu custo logístico reduzido. Esse é o principal papel de uma ferrovia: transportar grandes quantidades de produtos em longas distâncias por um preço bastante inferior ao preço do caminhão”, explica.
Dos mais de 7 mil quilômetros de ferrovia, metade hoje se encontra sem utilização ou abandonada. O investimento de R$ 10 bilhões proposto pela empresa que gerencia a Malha Sul deve ser aplicado a um percurso menor: de cerca de 3 mil quilômetros. Segundo a empresa, isso vai contribuir para que haja um maior retorno financeiro no trecho com alto grau de utilização.
O cronograma de estudos de viabilidade dessa modernização da Malha Sul deve acontecer ao longo de 2022. O secretário nacional de Transporte Terrestre do Ministério da Infraestrutura, Marcello Costa, informou, no final do ano passado, que até o início de 2023 o governo federal dará uma resposta sobre a renovação antecipada do contrato com a Rumo ou a escolha de outra operadora.
Se a Malha Sul trouxer retorno financeiro ao usuário da ferrovia, a expectativa é que a agroindústria tenha menores custos, tornando o sul do Brasil mais competitivo, ainda mais com o desenvolvimento, em paralelo, da Nova Ferroeste. “Isso vai evitar o colapso de caminhões nas rodovias. O que 200 caminhões transportam pode ser levado em apenas um trem”, lembra Mohr, da Fiep.
Com a prorrogação da Malha Sul e a Nova Ferroeste, o estado deverá também se preparar para o maior volume de produtos sendo escoados em Antonina e, principalmente, Paranaguá. Para o diretor-presidente dos Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, essa modernização ferroviária vai atrair ainda mais consumidores. “O Paraná é uma opção logística. O custo para o cliente vai estar cada vez mais competitivo”, acredita Garcia.
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