Um pequeno município do interior do Paraná, com apenas 15.251 habitantes e essencialmente rural foi escolhido para testar serviços previstos para as cidades do futuro. É Ipiranga, nos Campos Gerais. Tudo começou em 2018 quando os relógios analógicos que mediam o consumo de energia elétrica foram totalmente substituídos por medidores digitais inteligentes.
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A vantagem ? A agilidade. Quando há qualquer problema de queda de energia ou interrupção no abastecimento, a Copel é automaticamente avisada e o reestabelecimento é imediato. Em caso de religação da energia de consumidores cortados por inadimplência, por exemplo, o que antes levava até 24 horas, passou a ser resolvido em questão de minutos após o pagamento.
Agora o município dá mais um passo à frente dos outros 398 que existem no Paraná. Toda essa estrutura de rede inteligente será compartilhada para outras aplicações e funcionalidades. Um projeto piloto da Copel, em parceria com o Lactec, prevê, num primeiro momento, a medição inteligente do consumo de água, o monitoramento climático e a automação da iluminação pública.
Mas há outras aplicações práticas. No campo, é possível reduzir o consumo de energia, controlando o horário de irrigação e monitorando fatores como umidade e temperatura. Esse monitoramento permite que os produtores planejem ações para o controle da produção, reduzindo custos.
Na cidade é possível ter sensores climáticos e meteorológicos, sensores de enchentes, de iluminação pública e de trânsito. Identificar rapidamente um semáforo que não está funcionando e providenciar o pronto reparo, sem que alguém tenha que reclamar, é uma das aplicações.
“Somos um município essencialmente rural, que depende da energia de forma estável, sem oscilações. Com esse sistema, quando há queda, a Copel é imediatamente informada e o reestabelecimento é rápido”, diz o prefeito Douglas Modesto (PSB).
O pesquisador do Lactec Giancarlo Heck explica que a inserção das novas tecnologias vai permitir alcançar todos os cantos do município, mesmo onde não existe cobertura celular.
Ipiranga foi o município escolhido por ser de pequeno porte (são apenas 5 mil unidades consumidoras), por estar próximo a Curitiba, e por ter uma boa proporção da população no meio urbano e rural. Segundo a Copel, o porte e a localização facilitam e agilizam os testes. E o percentual significativo de população rural viabiliza testar a funcionalidade fora do perímetro urbano.
Hoje, na prática, a medição do consumo de luz, em Ipiranga, não depende mais de um leiturista percorrendo todas as unidades consumidoras a cada mês. O mesmo vai acontecer com o consumo de água, além de todas as outras aplicações. A Copel já planeja substituir os medidores analógicos (relógios) por digitais, que transmitem informações de consumo de energia em tempo real, em um terço do território paranaense.
O que é uma smart city ?
Uma cidade inteligente é aquela que utiliza as tecnologias da informação e comunicação para otimizar serviços e estrutura e melhorar a gestão de recursos. Em última instância, esse processo torna a cidade mais sustentável e melhora a qualidade de vida de sua população.
Numa cidade inteligente é possível, por exemplo, controlar à distância todos os pontos de iluminação pública e saber se há lâmpadas queimadas que precisam ser substituídas. É possível também detectar desligamentos de forma rápida, bem como fazer religações à distância.
Monitorar o trânsito, identificando intervenções necessárias, bem como melhorar as condições de segurança da população são outros benefícios. A digitalização do pagamento de tributos, os SACs informatizados e a informatização e automação das linhas de distribuição de energia são outros exemplos de funcionalidade de uma smart city.
Essa digitalização é uma tendência e os investimentos em redes de comunicação e sua automação vêm crescendo, o que desperta o interesse do mercado para as possibilidades de aproveitamento da estrutura de conectividade para fomentar tecnologias que ajudem a desenvolver as cidades inteligentes.
Sistemas smart grids são bons investimentos, diz Copel
Segundo a Copel, os sistemas smart grids são considerados bons investimentos para uma cidade a longo prazo, já que reduzem a incidência de problemas técnicos na distribuição elétrica. O resultado é um maior controle, com redução de perda de energia, o que melhora a qualidade do fornecimento e reduz seus custos.
É também uma preparação para os próximos passos do setor. Em um futuro breve, quando houver paineis solares (geração distribuída) ou outras formas de geração de energia na casa do consumidor o sistema digital fará também o monitoramento.
No caso do projeto que será agora testato em Ipiranga, os pesquisadores do Lactec desenvolveram módulos que conectam os dispositivos (luminárias, medidores de água e estação meteorológica) à rede de comunicação (smart grid) da Copel.
O projeto piloto deve se estender de setembro de 2021 até o primeiro semestre de 2022. A partir dos resultados, a decisão de investir nas aplicações em grande escala vai depender do interesse de outras empresas.
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