Uma trajetória que impressiona e orgulha a família e amigos. Clemente Ivo Juliatto, o irmão Clemente, chegou ao patamar de reitor, cargo que exerceu por 16 anos na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Aos 81 anos, ele representava a cadeira 17 da Academia Paranaense de Letras, desde o ano de 2001. Como educador de respeito, passou por Colégios Maristas de São Paulo e do Paraná, além de universidades.
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Dono de uma inteligência privilegiada, Clemente nasceu em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, em 16 de agosto de 1940. De família humilde, filho de agricultor, ele se formou em Matemática na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Cursou também Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Apesar da idade, a alma continuava jovem. Estudar era como um hobby. Tinha sede de conhecimento. O céu era praticamente o limite para o homem que fez mestrado e doutorado na Universidade de Columbia e pós-doutorado em educação na renomada instituição de Havard, nos Estados Unidos.
O poliglota amante da natureza, dos esportes e das artes foi vice-presidente da Sociedade Paranaense de Cultura. Atuou como diretor e membro de conselhos de diversas instituições educacionais, editoras de livros didáticos e meios de comunicação social. Na área da saúde se tornou provedor da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (2000-2006).
A cada ano, irmão Clemente renovava a empolgação com a causa da educação. O amor era escancarado e perceptível quando alguém tocava no assunto, gerando uma explosão no olhar manso de um homem honesto e altruísta. Infelizmente, o ciclo do educador encerrou-se no dia 29 de maio deste ano. O amante dos livros teve múltipla falência dos órgãos e faleceu.
Irmão Clemente acordava às 5h para ler e escrever
Ainda como reitor, o irmão Clemente confessava à amiga de trabalho Katia Biesek que acordava bem cedo para poder ler e escrever. Era como se fosse o “tempo de folga” em uma agenda lotada de compromissos, o que nunca o impossibilitou de ouvir alunos e professores.
“Ele sempre dizia quando chegava na reitoria que levantava cedo para ler e escrever. Tinha uma rotina muito dedicada à instituição. Ele era tão afetivo com os alunos e professores que sempre assinava de próprio punho os certificados. Ele fazia questão. Quando saía da sala falava com todos. Era comunicativo e apaixonado por tudo”, revelou a coordenadora do Centro Cultural da PUC.
Inquieto, inovador e criativo
Os amigos o caracterizavam como “prudente, determinado, líder e inovador”, por ter colocado a PUC-PR em lugar de destaque no cenário nacional. Ajudou a construir os campi em Curitiba, Toledo e Londrina.
Relatos de conhecidos citam que o então reitor emérito tinha o espírito criativo, inquieto, tendo em vista que, ao criar a biblioteca da PUC, fez dela uma das maiores do Paraná. Hoje, o acervo bibliográfico divide, inclusive, espaço com obras de arte.
Aos mais chegados, a lembrança era de um homem sábio, de coração sensível e humanista. “Um líder a serviço da paz e da união das pessoas”, palavras do pai de irmão Clemente, Ulisses Juliatto, relembradas pelo irmão Dario Bortolini.
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