A confirmação do deputado federal Enio Verri (PT-PR) como novo presidente da Itaipu Binacional deve esquentar nas próximas semanas o debate em torno da destinação do aporte bilionário que a hidrelétrica terá, a partir desse ano. A quitação do financiamento feito 50 anos atrás para a construção da hidrelétrica termina em 2023. Com isso, deve "sobrar", por ano, algo em torno de US$ 2 bilhões no caixa da companhia. O recurso será dividido entre Brasil e Paraguai estando, em princípio, disponível para novos investimentos - mas ainda sem definição.
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Verri foi convidado para o cargo nesta quinta-feira (26), pelo presidente Lula e aceitou. Sob a liderança dele, o novo comando de Itaipu, terá como uma das principais definições a destinação desse aporte adicional.
Questionado pela Gazeta do Povo, Verri se limitou a responder: “ainda não tenho detalhes suficientes para debater este assunto”. Conforme a diretoria atual da companhia informou, em dezembro último, por meio de sua assessoria de imprensa, a definição envolve tratativas entre os ministérios das Relações Exteriores dos governos brasileiro e paraguaio.
A quitação da dívida coincide com a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu. O documento diz respeito às bases financeiras para a comercialização da energia da usina. Com a quitação da dívida, o custo de produção da energia gerada por Itaipu ficará menor e a expectativa é de que a energia possa chegar mais barata ao consumidor final.
O tema Itaipu foi elencado como prioridade pelo governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que participou do Fórum de Governadores, em Brasília, nesta sexta-feira (27). Ratinho entregou ofício ao governo federal com os anseios do Paraná sobre os destinos dos recursos de Itaipu e sobre o preço da energia.
Expectativa para a definição do Conselho de Itaipu
Com a definição do comando de Itaipu, agora a expectativa é para o anúncio dos demais integrantes da diretoria e também do Conselho de Administração. O conselho é composto por doze integrantes, seis brasileiros e seis paraguaios, e dois representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, um de cada país. Reúne-se a cada dois meses ou em convocação extraordinária. Uma das conselheiras atuais é a ex-deputada federal e ex-governadora do Paraná, Cida Borghetti (Progressistas).
No começo do ano, o ex-senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião (PT-PR), foi convidado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para a vaga de conselheiro, mas recusou o cargo, qualificando o posto como “boquinha de luxo”. Ele ainda tinha expectativa de ser nomeado para a presidência da Itaipu, mas enfrentou grande resistência de lideranças da região.
Maior hidrelétrica em produção acumulada
Uma das principais geradoras de energia elétrica do mundo, a usina hidrelétrica Itaipu Binacional fica em Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. É conhecida como uma das maiores obras da engenharia moderna. O início do empreendimento foi em 1973, com a assinatura do Tratado de Itaipu pelos dois países. A construção começou em 1974.
Em 1984, a usina foi inaugurada, mas o projeto total, com as 20 unidades geradoras, só foi concluído em 2016. Naquele ano, a Itaipu Binacional foi a primeira hidrelétrica do mundo a ultrapassar 100 milhões de megawatts-hora (MWh) de geração anual. Passou à frente da chinesa Três Gargantas, que havia alcançado o recorde mundial de 98,8 milhões de MWh em 2014. A Itaipu é a maior hidrelétrica do mundo em produção acumulada. Desde quando começou a operar, em maio de 1984, já gerou mais de 2,4 bilhões de MWh.
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