Projeção do futuro Parque Linear Doca, na Avenida Visconde de Souza Franco, em Belém.| Foto: Divulgação / Governo do Estado do Pará
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A Itaipu Binacional anunciou um investimento bilionário em melhorias de infraestrutura na cidade de Belém, capital do Pará. O anúncio foi feito pelo diretor-geral brasileiro da usina, Enio Verri, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol) em um evento no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (6).

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O valor total de cerca de R$ 1,4 bilhão é o maior já aportado por Itaipu fora daquela que é considerada a área de abrangência da usina, composta pelo Paraná e parte do Mato Grosso do Sul. Os recursos serão divididos em três convênios para atender a diversas demandas da capital paraense para a realização da 30ª edição da conferência das Nações Unidas (ONU) sobre clima, a COP 30, prevista para novembro de 2025.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava escalado para comparecer ao anúncio dos investimentos, mas não esteve presente na assinatura. De acordo com a assessoria do governo federal, Lula precisou cancelar a presença por conta das sucessivas reuniões que vem fazendo sobre as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul.

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Maior dos convênios vai custear asfaltamento, novos parques e rede de esgoto em Belém

O primeiro e maior dos convênios foi firmado entre a Itaipu e a Secretaria de Estado de Obras Públicas do Pará. Serão mais de R$ 1 bilhão investidos para o aprimoramento de infraestrutura viária e implantação do Parque Linear Doca. Entre as ações previstas no convênio estão a implantação de uma rede de 50 quilômetros de extensão para a coleta de esgoto, além de quase 5 mil ligações desta rede às residências. O asfaltamento das vias que darão acesso à sede da COP 30 e a instalação da infraestrutura de controle de tráfego viário serão contempladas nesta etapa.

Outros R$ 324 milhões serão destinados, de acordo com o segundo convênio, à implantação do Parque Urbano Igarapé São Joaquim. O documento, assinado pela direção da usina e a prefeitura de Belém, detalha a criação de projetos de arquitetura, paisagismo, abastecimento, iluminação pública, pavimentação e sinalização viária e rede de esgoto.

Os recursos deste segundo convênio serão divididos com outras iniciativas, como a reforma e revitalização do Complexo Ver-o-Peso, mercado público que é um dos símbolos de Belém. Outro mercado histórico, o de São Brás, também foi contemplado pela lista de restaurações.

Os cerca de R$ 42 milhões restantes serão destinados para o terceiro convênio entre Itaipu, a prefeitura de Belém, O Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Nesta terceira etapa serão investidos recursos no desenvolvimento de metodologia para a gestão de resíduos sólidos, além de ações de educação ambiental e inovação em biotecnologia.

Belém conta com apenas 17% de coleta de esgoto, mostra índice

A cidade de Belém ocupou a terceira pior posição no Mapa da Desigualdade Entre as Capitais, elaborado pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) e divulgado no início do ano. O estudo, feito com todas as capitais brasileiras – exceto Brasília –, leva em conta o desempenho das cidades em 40 quesitos que integram os Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os dados utilizados no levantamento são obtidos de fontes oficiais, e retratam a realidade das capitais em áreas como educação, saúde, renda, habitação e saneamento.

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Destes 40 quesitos, a capital paraense ficou abaixo da média do ranking – liderado por Curitiba – em 20 itens. Os piores resultados foram registrados em áreas de infraestrutura e saúde pública, como desnutrição e mortalidade infantil e acesso à rede de esgoto. Segundo o índice do ICS, apenas 17% do esgoto produzido em Belém é coletado. Deste total, somente 10% é tratado corretamente antes de ser despejado em córregos, rios e no mar.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]