O guarda municipal Marcelo Arruda, foi assassinado por Jorge Guaranho em festa de aniversário que teve Lula como tema.| Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Réu por homicídio duplamente qualificado, o agente penal federal Jorge Guaranho vai a júri popular pelo assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A decisão do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, foi proferida nesta quinta-feira (1º). O magistrado acolheu denúncia do Ministério Público do Paraná e remeteu o caso ao Tribunal do Júri de Foz do Iguaçu.

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Para o magistrado, ficaram caracterizadas a materialidade do homicídio e os indícios de autoria, elementos que embasam a aceitação da denúncia e a pronúncia do réu – decisão que enquadra o caso em um crime doloso contra a vida, devendo ser julgado por júri popular. “Assim, neste momento do procedimento em questão não é aconselhável ao Magistrado fazer apreciação subjetiva mais aprofundada, devendo sua decisão ser exarada com termos sóbrios e comedidos, a fim de não exercer influência no ânimo dos jurados”, concluiu.

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Na mesma decisão, o juiz também determinou que o acusado aguarde o julgamento em prisão cautelar em regime fechado. Guaranho está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A defesa dele ainda pode recorrer das decisões.

Conforme narra a denúncia, Arruda foi assassinado na noite de 9 de julho, quando comemorava o aniversário dele na Associação dos Empregados da Itaipu Binacional Brasil. A festa de aniversário tinha decoração temática alusiva ao PT e ao então pré-candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ao ter acesso às imagens da festa registradas pelas câmeras de segurança da Associação, Guarunho foi até o local da festa de aniversário com o som do carro reproduzindo músicas alusivas ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Inconformado com a explícita apologia ao principal adversário (Lula) do pré-candidato de sua preferência (Bolsonaro) Guaranho, da janela do seu veículo, deu causa ao que seria o início do enredo macabro, provocando indistintamente todos os convivas (que não conhecia) com expressões que denegriam o opositor (‘Lula ladrão’, ‘PT lixo’) e exaltavam o de sua preferência (‘Bolsonaro Mito’, “aqui é Bolsonaro’)”, relata o Ministério Público.

Após uma discussão entre Guaranho e Arruda, em que Arruda arremessou um punhado de terra em direção ao carro de Guaranho, o denunciado deixou o local, “mas não sem antes prometer que lá retornaria e acabaria com todos, não obstante à fútil motivação da querela”.

Onze minutos após a discussão, “aos brados de ‘aqui é Bolsonaro’, voltou ao local (...) e dolosamente e imbuído da mesma fútil motivação, dizendo ‘petista vai morrer tudo’, detonou dois disparos contra a vítima, atingindo-a no abdômen e na coxa direita”. Já caído, Arruda ainda disparou contra Guaranho, atingindo o acusado, relata a denúncia.

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