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Jovem foi vítima de extorsão qualificada com resultado morte na região de fronteira com o Paraguai.
Jovem foi encontrado morto pela Polícia Civil do Paraná na segunda-feira (7).| Foto: Divulgação/Redes Sociais

Aos poucos, o mistério envolvendo a morte do jovem Kauet Henrique do Nascimento, de 20 anos, está sendo desvendado pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). O rapaz foi encontrado sem vida em uma casa alugada por meio de um site especializado em aluguel de estadias, localizada na cidade em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, na última segunda-feira (7). O objetivo do rapaz era, segundo a família, comprar celulares e aparelhos eletrônicos no Paraguai. Ele tinha uma loja de revenda na cidade de Natal (RN), estado de origem dele.

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As suspeitas sobre o paradeiro do jovem começaram a ser levantadas pela família ainda na sexta-feira da semana passada (4), data em que ele chegou, de avião, à cidade das Cataratas do Iguaçu. Pouco antes das 10h, imagens de câmeras de segurança mostraram Kauet chegando sozinho à casa, que foi alugada por uma terceira pessoa. A estadia desta pessoa teria iniciado ainda no dia 1º deste mês.

Segundo a família, na residência estaria outro rapaz com quem Kauet havia conversado e iria se encontrar. “Ele tinha conversado com esse rapaz e, na sexta, cedo eles se encontraram. Parece que mais pessoas iriam se encontrar lá também”, disse o primo da vítima, Roberto Soares.

Por volta do meio-dia da sexta-feira, o jovem empresário solicitou que o sócio fizesse um depósito em conta, no valor de R$ 70 mil. Minutos depois pediu mais R$ 10 mil ao pai. Ninguém desconfiou de nada. Foi por volta desse horário que a polícia identificou que R$ 86 mil foram transferidos a partir da conta do jovem. A polícia trabalha com a linha de investigação de extorsão qualificada com resultado morte.

“Por que não é latrocínio? Porque ele foi coagido a fazer transferências bancárias, ele foi extorquido. Posso garantir para a família que os autores serão identificados e serão presos. As investigações estão avançadas e os autores serão responsabilizados”, assegurou o delegado que chefia o caso, Rodrigo Silva de Souza.

O que a polícia já sabe sobre o crime na fronteira com o Paraguai?

Além da identificação de suspeitos, a polícia sabe que os responsáveis pelo crime não são de Foz do Iguaçu nem do Paraguai e que o crime não tem relação com sequestros e extorsões relâmpago que vêm sendo registrados a turistas em Cidade do Leste.

A polícia também confirmou que Kauet não estava com dinheiro em espécie e que o prejuízo corresponde aos valores transferidos da conta bancária. Os comprovantes foram entregues à polícia pelos familiares que tiveram acesso a conta da vítima.

O laudo da causa da morte do jovem ainda não foi concluído, mas acredita-se que tenha sido por asfixia. “Ele não foi sequestrado, mas atraído para a residência e estamos apurando se o suspeito tem ligação com a vítima”, relatou o delegado.

Último contato do jovem morto em Foz foi na tarde de sexta-feira

Por volta das 13h de sexta-feira (4), Kauet deixou de fazer contatos com a família. A namorada do jovem conseguia rastrear a localização dele, porque havia sido compartilhada pelo próprio jovem. Por volta das 15h do mesmo dia, o rapaz que tinha marcado de se encontrar com Kauet embarcou em um voo de Foz do Iguaçu com destino ao Rio de Janeiro. “Fomos procurados pela família no domingo e, menos de 24 horas depois, chegamos ao desfecho, que infelizmente foi com a localização do corpo da vítima”, descreveu o delegado.

Para chegar ao corpo, a polícia acionou o motorista do carro por aplicativo que levou Kauet até a casa alugada. O motorista indicou o destino e, ao entrar no imóvel, o delegado encontrou com o corpo enrolado em cobertores.

O ar-condicionado do imóvel estava ligado na temperatura mínima, indicativo que, segundo a polícia, os criminosos se preocupavam com a decomposição do corpo. Familiares de Kauet estiveram em Foz do Iguaçu para identificação e liberação do corpo.

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