Entre soja, trigo, milho e tantas outras culturas tradicionais no Paraná, existe uma outra atividade que vem ganhando adesão cada vez maior dos produtores rurais do estado nos últimos anos: o plantio de florestas. Com o apoio de grandes empresas, a atividade tem se constituído em uma importante fonte de renda para muitos agricultores, sejam pequenos ou grandes. Segundo números da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), existem hoje no estado quase 850 mil hectares de floresta plantada.
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Uma das empresas que mais tem investido nesse segmento é a Klabin, maior produtora de papéis do Brasil, sediada em Telêmaco Borba, na região dos Campos Gerais. A empresa, que há mais de 30 anos desenvolve programas de fomento florestal, está agora reforçando essas ações por meio de um projeto que pretende aliar apoio aos produtores rurais ao desenvolvimento econômico e sustentável.
“Para cada 100 hectares de floresta plantada, 92 são preservados. Não temos como crescer sem pensar que a sustentabilidade tem que andar junto com o comercial. Para produzir celulose e papel, precisamos atrair parceiros que plantem florestas”, afirma Carlos Bernardi, gerente de comercialização e fomento florestal da Klabin. Atualmente, a companhia mantém 1,5 mil contratos para plantio de florestas em 60 municípios paranaenses.
Há 12 anos a companhia lançou o programa Matas Legais, que consiste em ações de planejamento da propriedade rural, conservação, educação ambiental e é oferecido a todos que participam do fomento florestal. Nele, os produtores fazem cursos, mutirões para obter certificação, além de receber gratuitamente mudas de plantas nativas para a recuperação de áreas degradadas. Em 2015 foi iniciado o Matas Sociais, que auxilia pequenos e médios produtores rurais em todas as etapas de produção – desde a adequação ambiental até o apoio à comercialização.
Mais recentemente, foi lançado o Plante com a Klabin, que consiste no aperfeiçoamento dessas iniciativas, de forma a garantir mais segurança aos produtores para comercialização da madeira. “Muitas vezes o produtor planta a árvore, tem uma expectativa de remuneração, mas não tem certeza de que isso vai se confirmar lá na frente [enquanto o eucalipto leva em média sete anos para crescer, o pinus leva em torno de 15]. Nesse programa ele tem no plantio a garantia de um valor mínimo estabelecido, que considera também possíveis correções monetárias”, explica Bernardi. Em três meses, o programa já conta com 30 parceiros e 1,9 mil hectares de área plantada.
Produtores apontam vantagens
Anésio Roberto dos Santos é um pequeno produtor do município de Imbaú, vizinho de Telêmaco Borba. Ele conta que em 2004 decidiu plantar eucaliptos por conta própria e logo aderiu ao programa de fomento ofertado pela Klabin. Recebeu as mudas da empresa e negocia a madeira produzida diretamente com ela. “A coisa não anda muito fácil, então a madeira ajuda muito. A gente planta, não precisa ficar muito preocupado e quando chega a hora consegue vender”, afirma.
Quem também mantém parceria de longa data com a Klabin é Norival Moré, que hoje destina os 200 alqueires de suas propriedades em Ortigueira e Reserva ao plantio de floresta. O resultado é considerado tão positivo que o filho também irá investir no plantio em uma propriedade de 42 alqueires. “Se for comparar com a soja no preço que está, você apela para a soja. Mas com a madeira você entrega o produto e o dinheiro cai na conta no mesmo dia. Essa, para mim, é a grande vantagem”, avalia.
Segundo Carlos Bernardi, o objetivo do fomento florestal não é competir com outros ramos do agronegócio, mas funcionar em sinergia com as demais culturas. “É mais uma fonte de renda no campo, que, além da melhoria no aspecto ambiental, gera emprego, mantém o homem no campo e promove o desenvolvimento da economia regional”, conclui.
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