Velhas conhecidas dos pecuaristas e agricultores, as lagartas das espécies Mocis latipes (curuquerê-dos-capinzais) e a Spodoptera frugiperda (lagarta do cartucho) estão incomodando mais do que o previsto neste verão, no Noroeste do estado. Elas têm tomado conta dos pastos de Cianorte, Maringá, Paranavaí e Umuarama. A situação levou a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento a pedir que o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) prepare uma nota técnica de orientação para os produtores.
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Trata-se de espécies desfolhadoras que costumam ter surtos depois de períodos de seca, como acontece neste ano no Noroeste, região típica de pecuária, que tem cerca de 49% da área ocupada por pastagens.
“Nos estágios mais avançados, elas são capazes de consumir grandes quantidades do pasto e podem destruir toda uma área rapidamente”, explica Kátia Fernanda Gobbi, zootecnista do IDR-Paraná. O principal prejuízo com a presença das lagartas que atacam as pastagens é a redução da quantidade de forragem disponível para os animais. Isso contribui para a falta de alimento e a consequente redução da produção animal, como carne e leite.
“O controle das lagartas que atacam as pastagens depende principalmente do monitoramento constante das áreas, permitindo a detecção do problema em seus estágios iniciais”, pontua Kátia. Quando as lagartas são menores, elas consomem até 80% menos dos pastos. Mas, de acordo com a pesquisadora, a prevenção de pragas esbarra na escassez de produtos registrados para o controle de lagartas no pasto.
Agroqúimicos encarecem a produção
A recomendação técnica para combate a essas lagartas é dar preferência ao Manejo Integrado de Pragas (MIP) e ao uso de inseticidas microbiológicos (bactérias e fungos, por exemplo, que matam o invasor) , com eventuais aplicações de agroquímicos. “Não dá para fazer um cálculo exato, mas o controle químico dessas pragas tem um peso relevante nos custos de produção das principais atividades agrícolas, especialmente em climas subtropicais. Nós estamos em uma zona de transição climática. Temos todos os tipos de clima, onde a predominância de pragas é maior”, explica o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
De acordo com o secretário, o ideal seria ter um solo química, física e biologicamente bem estruturado. “Porque o ambiente fica mais natural, com solo sempre coberto e boa presença de matéria orgânica. Também é importante haver retenção de carbono e de água para tornar as plantas mais viçosas e resistentes”, explicou o secretário.
Mesmo com todos os cuidados, no verão, com temperaturas acima da média, a lagarta pode aparecer. O monitoramento dos pastos, com intervenção nos estágios iniciais, é decisivo para frear a proliferação da praga.
Nesse novo surto na região de pastagens, as lagartas já estão crescidas, por isso o Instituto de Desenvolvimento Rural recomenda aos pecuaristas para que procurem a Adapar para se informarem sobre os produtos químicos aprovados contra a lagarta.
Controle das lagartas
No clima quente do norte e do noroeste do Paraná, a curuquerê-dos-capinzais e a lagarta do cartucho conseguem desenvolver até 9 gerações ao longo do ano, o dobro do que é encontrado em outras regiões. O secretário Norberto Ortigara orienta a observar as características dessas lagartas, porque elas têm hábitos próprios. Conhecê-los pode ajudar no controle das pragas.
As duas espécies que estão se espalhando no estado costumam se alimentar no começo da tarde e à noite, por isso a indicação é aplicar pesticida ao entardecer. Normalmente, elas atacam a grama comum, mas, desta vez, estão se espalhando também por outros tipos de gramíneas, dificultando o controle.
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