Apesar de redução no movimento no Litoral, banhistas insistem em ficar à beira-mar

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No primeiro fim de semana após as prefeituras litorâneas decretarem restrições para a entrada nas cidades por causa do novo coronavírus, o movimento nas praias centrais de Matinhos e Guaratuba foi pequeno. Ainda assim, alguns não seguiram a orientação de ficar em casa e foram para a beira mar.

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Guaratuba vetou veículos de grande porte, como vans e ônibus. O prefeito Roberto Justus (DEM) chegou a gravar um vídeo para as redes sociais pedindo a turistas que não fossem a cidade, já que fora de temporada a estrutura de saúde daria conta apenas de atender aos moradores.

"As pessoas imaginam, talvez, que há menos risco no Litoral. Mas isso não é verdade. Diferente da alta temporada, não temos estrutura para receber turistas em grande número, seja na questão da coleta de lixo, segurança e, principalmente, na saúde. Não é momento de férias. É momento de ficar em casa e se resguardar", justificou Justus.

Também ficou decidido que seriam colocados bloqueios com equipes da Secretaria Municipal de Segurança Pública e da Polícia Rodoviária Estadual nas duas entradas da PR-412: em Coroados e no acesso ao ferryboat. Na manhã deste sábado (21), apenas uma viatura da Guarda Municipal de Guaratuba estava presente perto acesso à balsa. Mesmo assim, a movimentação foi baixa.

“O maior movimento é de caminhões. Caminhoneiro não para tanto. Mas aqui está tranquilo. Tanto é que a as balsas estão saindo de meia em meia hora”, disse o marinheiro Jonas Alberto, que atua na operação do ferry-boat. Nas balsas, a orientação era para que todos os ocupantes ficassem dentro dos veículos.

Por volta das 10 horas, no trajeto Matinhos-Guaratuba, aguardavam a travessia 15 carros de passeio, três caminhões, uma motocicleta e uma caminhonete do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR). No retorno, a quantidade de veículos foi praticamente a mesma: 16 carros, uma moto e um caminhão.

Já no posto do Batalhão de Polícia Rodoviária, que fica em Praia de Leste, o movimento foi considerado pouco maior do que o normal. “As orientações para não seguir ao litoral não estão sendo respeitadas”, ponderou um oficial da Polícia Militar, que pediu para não ser identificado.

Nas praias, movimento baixo

Ao menos foram poucos os que se arriscaram a ir até às praias. Mesmo assim alguns contrariaram as orientações. Em Guaratuba, logo no início da Avenida Beira-mar, uma família estava sentada em cadeiras, tomando chimarrão, enquanto algumas outras pessoas estavam na orla, passeando pelo calçadão ou mesmo brincando na areia, como em um fim de semana qualquer. Entre os quiosques pela praia, apenas um estava aberto. “Se tem gente na praia, tem gente para consumir. No meu caso, ninguém pode falar que estou errado de estar aqui”, disse um vendedor.

Em Matinhos, o cenário foi parecido: grande parte do comércio fechado e poucas pessoas na praia. Panorama semelhante em Caiobá e também nos balneários da cidade. Já pelas ruas de Matinhos, um carro de som da prefeitura circulava, lembrando que o momento é de ficar em casa, diminuindo o risco de contágio do coronavírus.

Na cidade, assim como em Guaratuba, foi assinado um decreto restringindo a entrada de pessoas no município. A medida, autorizada pelo prefeito Ruy Hauer (PL), passou a valer na última quinta-feira (19).

Foi instalada ainda uma comissão de enfrentamento e combate ao coronavírus no gabinete da Prefeitura. Segundo a administração municipal, são monitoradas em tempo real todas as unidades de saúde da cidade, além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) A comissão é ainda responsável por receber informações de supostos casos de coronavírus no município.

“Ninguém entra e ninguém sai, exceto em casos de extrema urgência. E ainda provando morar na cidade com o título de eleitor. Somente o comprovante de residência não adiantará”, reforça o vereador Moabe Batista (PMN), em contato com a Gazeta do Povo.

Pelas ruas de Matinhos, foi possível ver pessoas circulando com máscaras de proteção. É o caso da morada Tatiana Dallegrave. “Uso para me proteger e também para que os outros percebam o perigo. Está vindo gente de Curitiba, do interior, de São Paulo… Todos achando que é um período de férias”, diz Tatiana, sem esconder a indignação.

“Estão aumentando o risco de transmissão. Como moradora do nosso litoral, teria até vergonha de sair de casa sem máscara”, completa ela, que também colocou uma máscara em seu filho.

É importante frisar que a recomendação para o uso de máscaras é exclusiva para quem está doente (e pode espirrar e tossir, espalhando o vírus) ou para profissionais de saúde.