Usina em Carambeí é a que tem maior potência instalada em geração distribuída em rede ligada à Copel.| Foto: Divulgação/Rickli Empreendimentos
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Entre os dez maiores empreendimentos paranaenses de geração distribuída (GD) em potência instalada, conectados à rede da Copel, três envolvem o uso de biomassa, quatro são hidráulicas e três usam placas solares para produzir energia. Apenas duas estão na capital.

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Apesar de usinas de biomassa e de potencial hidráulico ocuparem os três primeiros lugares individualmente, do ponto de vista da geração de energia, a produção por placas fotovoltaicas representa 98% do total de GD, uma geração altamente descentralizada no Paraná.

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Nenhum desses empreendimentos tem a participação da companhia elétrica, a não ser na hora de receber a energia produzida no local - e que exceda o consumo feito localmente - o que define o conceito de geração distribuída, que envolve aportes de micro e minigeradores com capacidade para gerar até o limite de 5MW.

Carambeí e Tibagi, em áreas centrais do estado, estão nas primeiras colocações, com usinas de produção de biomassa e hidráulica, respectivamente a primeira e segunda em potência instalada. São seguidas por uma usina com fonte de geração hidráulica em Cruzeiro do Iguaçu, no oeste; fotovoltaica em Andirá, no Norte Pioneiro, Florestópolis e Paranavaí, ao norte; e hidráulica em Nova Aurora, no oeste. Curitiba ocupa oitava e nona posição, com plantas que usam biomassa e, no fim da lista, está Mangueirinha, no sudoeste, com uma usina hidráulica.

Confira o ranking

Por município, potência (em megawatts) e fonte de geração

  • Carambeí - 5MW - biomassa
  • Tibagi - 5MW - hidráulica
  • Cruzeiro do Iguaçu - 5MW - hidráulica
  • Andirá - 4,9 MW - solar
  • Florestópolis - 4,9 MW - solar
  • Paranavaí - 2 MW - solar
  • Nova Aurora - 2 MW - hidráulica
  • Curitiba - 1,77 MW - biomassa
  • Curitiba - 1,77 MW - biomassa
  • Mangueirinha - 1,2 MW - hidráulica

Carambeí no topo da geração distribuída

Na cabeça das usinas que mais potência apresentam está a da Rickli Empreendimentos, cuja gestora é a Cogecom – Cooperativa de Geração Compartilhada. A capacidade instalada é de 5MWh, dos quais a empresa consome 0,416 MWh na estrutura própria e despacha 4,584 MWh para a Copel.

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Segundo Marcelo Los Rickli, diretor da empresa com sede em Carambeí, na usina a energia é produzida pela queima de biomassa de madeira. O resultado é destinado a pequenas e médias empresas comerciais do Paraná. “A usina termelétrica gera 3 mil MWh mensais e entrega à Copel 2,7 mil MWh mensais, o que alimentaria uma cidade de cerca de 5 mil famílias (como Carambeí, por exemplo)”, diz ele. A parceria entre a Cogecom e a Rickli tem planos de implantar 500 MWh de potência instalada até 2025.

A usina termelétrica é uma fonte de geração 100% sustentável, visto que é alimentada por resíduos que antes poderiam gerar gás carbônico ou gás metano. “Além de mitigar carbono da atmosfera, traz uma rentabilidade satisfatória para a ampliação dos negócios”, argumenta o empresário.

A segunda usina a mais contribuir com a rede da Copel é a Usina Hidrelétrica Tibagi Montante, na cidade de Tibagi, que tem a mesma fonte de geração da terceira colocada, a Usina Hidrelétrica Viganó, que fica em Cruzeiro do Iguaçu.

Este último empreendimento é de um grupo de pequenos investidores, com potência instalada de 5MW e fator de potência de 80%, de acordo com estudos hidrológicos. “Entregamos 4WM firme para a Copel, com variações quando chove mais ou quando há períodos de seca”, diz um dos sócios dessa usina, João Alberto Bandeira. Ele explica que a usina é considerada ainda em teste e que toda essa energia é injetada no sistema da companhia, usada principalmente para atender consumidores da região.

Com outros projetos em vista na localidade, Bandeira explica que o desenvolvimento de projetos na área de geração e energia é demorado, por ser, segundo ele, uma das atividades mais regulamentadas que existem, além de ser um negócio muito complexo, por envolver diversas estruturas, tanto para geração, como para transmissão e conexão.

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Usina Viganó tem potência instalada de 5MW e fator de potência de 80%, de acordo com estudos hidrológicos. Foto: Divulgação.

Geração distribuída vira crédito para produtor

Essa norma da geração distribuída permite aos consumidores instalarem geradores de pequeno porte em suas unidades consumidoras e usar o sistema elétrico da Copel para injetar o excedente de energia, que será convertido em crédito de energia válido por 60 meses.

Os créditos podem ser usados para abater do consumo da própria unidade consumidora nos meses seguintes ou de outras unidades consumidoras que precisam estar cadastradas para esse fim e atendidas pela mesma distribuidora (Copel), cujo titular seja o mesmo da unidade com sistema de compensação de energia elétrica, mesmo CPF e CNPJ.

Maringá tem promessa de usina com economia de 90%

Com foco no acesso de Micro e Minigeração Distribuída ao Sistema da Copel, a Prefeitura de Maringá vai construir duas usinas para geração de energia fotovoltaica. A promessa é que a economia seja de até 90% de energia dos prédios públicos. As usinas, que serão construídas no Parque Industrial Felizardo Meneguetti e no distrito de Iguatemi, terão capacidade de 5MW, com 11,3 mil placas cada, gerando economia de R$ 2 milhões mensais na conta de energia.

A primeira usina terá quase 110 mil m². Segundo os planos, começará a ser construída no fim deste ano, enquanto a segunda está em fase de projeto. A expectativa é que em 2023 as duas usinas estejam em funcionamento.

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Paraná tem milhares de produtoras de geração distribuída

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Paraná tem 41.058 produtores de energia no sistema de geração distribuída ligadas à rede da Copel, que concentra 95% das unidades em operação, com mais de 514 MW de potência instalada. Dessas unidades, 41,3 mil são de usinas fotovoltaicas, responsáveis por 98% da potência total.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]