Em sua primeira entrevista após deixar o Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta destacou a eficiência do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba, declarando que a abordagem em saúde da capital paranaense é exemplo para as demais cidades brasileiras. “Quem me dera se todos fossem Curitiba”, afirmou o ex-ministro à rádio Difusora Pantanal, de Campo Grande-MS, sua cidade, citando que Curitiba tem o melhor sistema de saúde do Brasil.
RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp
“É um sistema de saúde muito organizado, um sistema de informática muito bem feito, um sistema de tele organizado, abriu os leitos. Então, se você está muito bem organizado, você consegue andar, como fez a Alemanha. Você vai medindo e fazendo o ajuste fino. Aumentaram os casos em determinadas áreas, determinados bairros, você fecha ali. Quem não pode fazer o ajuste fino, faz corte geral”, comentou.
Durante a entrevista, Mandetta afirmou ter grande preocupação com a evolução da pandemia do coronavírus no eixo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. “São as grandes aglomerações brasileiras, onde moram 100 milhões de pessoas. Ainda podemos ter um problemaço no Sul, pois temos muitos idosos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e onde está chegando um inverno que costuma ser muito rigoroso”, afirmou, sendo questionado, na sequência, sobre a situação de Curitiba que, na sua visão, está com o número de casos e de mortes “sob controle”. “É o melhor sistema de Saúde do Brasil. Quando fui secretário de saúde de Campo Grande (2005 a 2010), fomos capital com menor mortalidade infantil do Brasil. Nossa briga era com Florianópolis, e Curitiba estava lá por sexto, sétimo. Curitiba, ano passado, vai ser a menor mortalidade infantil entre as capitais e batendo com Suécia, batendo com aquela turma nórdica”, lembrou.
Mandetta, que foi deputado federal por duas legislaturas, entre 2011 e 2019, é filiado ao DEM, o mesmo partido do prefeito de Curitiba, Rafael Greca.
Na entrevista, o ministro abordou de forma rápida os impasses que o levaram a deixar a pasta. “A gente é obrigado a se pautar pela ciência. Esse vírus não negociou com ninguém, arrebentou com todos os países por onde passou. A gente não quer ver as cenas de Estados Unidos, Itália e Espanha aqui no país. Então, temos que tentar quebrar essa velocidade de transmissão enquanto prepara o sistema. Se tivéssemos estrutura, enfrentaríamos essa pandemia como mais uma doença. É a primeira doença infecciosa que começou pelo rico para depois chegar no pobre. Porque veio por quem viajou para o exterior. Ainda não chegou nas favelas, por exemplo. E nossa preocupação é quando chegar. Nossa atuação foi pensando exclusivamente na ciência e na preservação da vida. E o presidente estava muito preocupado com a economia e os empregos, que é um fato também. Mas não houve briga, tanto que conversei muito com ele no final e aconselhei: ‘vai de leve’”, justificou.
Cotado para assumir secretarias de estado e com potencial eleitoral para 2022, o ex-ministro desconversou sobre o futuro político. “Vivi tão focado nestes 90 dias, que nem sabia o que estava acontecendo na parte do mundo político. Isso não pertenceu às minhas análises”.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e apoiadores reagem a relatório da PF que indiciou 37. Assista ao Entrelinhas
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná