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Servidores ocupam galeria da Assembleia Legislativa do Paraná
Servidores ocupam galeria da Assembleia Legislativa do Paraná| Foto: Daiane Andrade/Gazeta do Povo

Servidores públicos estaduais que protestam por reajuste salarial ocuparam a Assembleia Legislativa do Paraná na tarde desta terça-feira (9). Aos gritos de "ocupar" e "ninguém sai", os funcionários públicos lotaram as rampas e galerias do plenário da Casa. Cerca de 400 manifestantes dormiram no local.

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A presença dos grevistas fez com que a sessão fosse interrompida duas vezes. Os manifestantes queriam a discussão do assunto, mas a votação do projeto de lei sobre a data-base ficou para agosto.

O momento de maior tensão se deu durante a fala do deputado Missionário Arruda (PSL). Em seu discurso, ele apontou um gráfico e afirmou que "não houve perda salarial dos servidores". "O funcionário [público] não perdeu, não [poder de compra]. A média deles deu 5% acima da inflação devido às progressões, promoções, anuênios e quinquênios", disse.

Das galerias, os servidores que assistiam à sessão protestaram aos gritos de "vergonha".

Presidente da Alep, o deputado Ademar Traiano (PSDB) precisou intervir. "Eu preciso fazer justiça. Esse gráfico seu está errado", disse. "Há quatro anos e meio não há reposição de salário de funcionário estadual", afirmou.

"Estamos nos mantendo dentro da Assembleia Legislativa em uma ocupação como forma de resistência, denunciando a covardia e ausência do governador Ratinho Junior e autoritarismo de parte dos deputados. Queremos a mediação do Ministério Público Federal e buscando a ajuda de outras entidades", aponta Hermes Leão, presidente a APP-Sindicato, que representa os professores estaduais.

"A culpa disso é do Missionário Arruda. Ele criou a invasão quando começou a discursar contra o movimento. Isso não se faz. Numa situação assim, com um ambiente cercado como este, se alguém na multidão gritar 'vamos invadir', eles invadem. Se gritarem 'vamos linchar', eles lincham. É o efeito turba. É muito perigoso", disse Cláudio Marques, delegado e presidente da Associação dos Delegados de polícia do Estado do Paraná (Adepol), uma das categorias que protestam.

No começo da noite desta terça-feira, a Alep estava cercada de policiais militares. De acordo com o Coronel Valmor Anderson Pereira, da PM, comandante da operação, o trabalho é de monitoramento. "A PM tá aqui pra garantir a segurança, inclusive dos manifestantes. Por enquanto, a ocupação deles é pacífica, então vamos fazer a segurança da Alep e do entorno também".

A Polícia Militar não divulgou estimativa de público dentro da Assembleia Legislativa do Paraná. O deputado Tadeu Veneri (PT), calculou que entre 400 e 500 pessoas ocupam o prédio, incluindo galerias, rampas e o hall de entrada. Há grupos ainda no terraço e nas áreas externas da Casa. Já a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais, Marlei Fernandes, falou em aproximadamente cinco mil manifestantes no interior das instalações do Legislativo.

Resposta da liderança do governo

"O conjunto da obra foi ruim hoje. Foi um dia para ser esquecido", avaliou Hussein Bakri (PSD), líder do governo na Casa, sobre a sessão tensa na Alep.

Bakri aponta que a negociação com os ocupantes é uma decisão do governo, e não da liderança na Assembleia, mas não sinalizou mudanças na proposta. "O Paraná é o único estado que está oferecendo a oportunidade de reajuste. o governo tem seis meses de mandato e não pode ser responsável por um passivo do governo passado", aponta.

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