Um grupo de manifestantes invadiu a área interna da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na tarde desta segunda-feira (3). Eles participam de um protesto contra o projeto de lei que autoriza a realização de parcerias de empresas privadas para a gestão administrativa de escolas da rede pública estadual. O projeto está na pauta da sessão desta segunda-feira.
De acordo com a assessoria de comunicação da Alep, a mobilização de manifestantes do lado de fora da assembleia se intensificou a partir das 11h. Pouco depois das 12h30, o diretor-geral da Alep, Roberto Costa Curta, enviou uma mensagem pelo WhatsApp com uma orientação para que os gabinetes parlamentares dispensassem os servidores para que cumprissem expediente em home office.
A Polícia Militar interveio para conter a invasão e precisou usar bombas de efeito moral e gás de pimenta. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Em resposta, a pasta encaminhou a demanda para a assessoria de imprensa da PM, que informou que não iria se manifestar sobre a ação. Apesar do reforço no policiamento, o portão de acesso ao prédio foi derrubado pelos manifestantes. Depois disso, houve a invasão do plenário e a ocupação do local para impedir a votação dos deputados estaduais, que realizaram as sessões para apreciação do projeto de forma remota.
Faixas e cartazes contra o projeto foram colocados nas galerias pelos manifestantes. A sessão, com início previsto para as 14h30, foi suspensa por determinação do presidente da assembleia, deputado Ademar Traiano (PSD). Os trabalhos foram retomados às 17h com parte dos deputados no plenário e parte de forma virtual.
Prejuízos serão calculados após o prédio ser desocupado
Vídeos postados nas redes sociais mostram o momento em que uma das portas do prédio do plenário da Alep é quebrado pelos manifestantes. Entre as pessoas que invadiram o local, algumas vestiam bonés do MST.
Créditos: Felipe Henschel
Segundo a assessoria de comunicação da Alep, não houve prisões nem detenções entre os manifestantes. A estimativa é que cerca de 700 pessoas tenham invadido o prédio da assembleia.
Em um levantamento preliminar foram identificados danos na fachada do prédio, com vidros quebrados, assim como na porta principal da Alep, parcialmente destruída pelos manifestantes. O portão externo de acesso ao prédio também foi danificado durante a invasão. A contabilização dos prejuízos só deve ocorrer após o esvaziamento do prédio.
Em nota, o deputado Fabio Oliveira (Podemos) afirmou que o movimento de esquerda tentou impedir o "verdadeiro exercício democrático de direito". "O que a esquerda e a APP Sindicato estão fazendo é invadir uma Casa de Leis onde iria acontecer um debate democrático em favor de um projeto de lei e que os deputados iriam fazer a discussão. Independentemente de qual é a opinião, se é a favor ou contra, isso é democracia. O Poder foi outorgado a nós deputados para legislarmos para os paranaenses e é isso que estamos esperando”, criticou.
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