Uma proposta já consolidada em países na Europa, como na Alemanha, para promover a reciclagem, começa a ocupar espaço na capital paranaense. Máquinas de reciclagem que trocam embalagens descartáveis por cupons de créditos foram instaladas em mercados de Curitiba. As “Retorna Machine” são máquinas de venda reversa que aceitam embalagens de aço, plásticos, vidros, entre outros materiais.
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Na Alemanha, um dos países que mais reciclam no mundo, dependendo do tipo de material, varia o valor retornado ao consumidor. O sistema é semelhante com as máquinas colocadas em Curitiba. A cada embalagem depositada, o cliente recebe um cupom de desconto para usar em contas de telefone, livrarias e bancos digitais (PagBank e MercadoPago).
Para isso, é necessário ter um cadastro no Programa Triciclo de Fidelidade pelo site da Ambipar Triciclo ou pelo aplicativo. O consumidor, ao depositar as embalagens, começa a acumular “tricoins”, nome das moedas do programa.
“Temos um programa voltado para coleta e logística reversa do pós-consumo. As máquinas têm a função de comprar as embalagens das pessoas e coletar garrafa ou latinha, por exemplo. As máquinas compõem o nosso sistema e [as embalagens] vão para as indústrias de reciclagem, compondo toda a cadeia de reciclagem e reaproveitamento”, explicou o CEO da Ambipar Triciclo, Felipe Cury.
Ele comentou que o consumidor que entrega uma embalagem de alumínio recebe 15 tricoins. Já o plástico, aço e longa vida, 10 tricoins por embalagem. E o vidro, a pessoa recebe 5. Cury destacou que há um sistema de gamificação: conforme o consumidor recicla mais, os pontos irão aumentar e os tricoins irão valer mais.
Com cinco máquinas em Curitiba, foram 12.218 embalagens recolhidas e mais de 6,5 mil consumidores que utilizaram os equipamentos. Segundo o CEO da Ambipar Triciclo essa ação muito comum em outros países foi adaptada para o Brasil. “Isso começou na Europa na década de 1980, é difundida na Ásia. Grandes países, como na Alemanha muito bem instituída, há uma máquina em cada esquina. Só em Pequim, tem mais de 2 mil equipamentos”, comparou.
De acordo com Cury, há três vertentes de impactos gerados pelas máquinas de reciclagem: ambiental, social e econômico. “A medida ambiental é captar um pós-consumo, gerando uma monetização. Essa fonte de renda é uma forma de benefício social. Quando se fala em smart cities, são as que evoluem na disponibilidade de serviços com cunho no desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Ainda neste mês de agosto, serão instalados mais cinco equipamentos na capital paranaense. A pretensão da empresa é ter 20 máquinas até dezembro e ampliar essa operação para o interior, como Ponta Grossa, no primeiro semestre de 2024.
Ao todo, já são 13 capitais com as máquinas de reciclagem em todo o Brasil, com 25 milhões de embalagens recolhidas pelo país e 250 mil usuários cadastrados.
Curitiba vai aderir bem às máquinas de reciclagem, acredita CEO
Curitiba é conhecida por ações de sustentabilidade, com o desenvolvimento de programas de educação ambiental, compostagem e coleta seletiva de lixo. A média de reciclagem dos resíduos é de 22,5%, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. A média do Brasil chega a 3%.
Por conta do histórico da capital, o CEO da Ambipar Triciclo avalia que os curitibanos vão aderir bem às máquinas de venda reversa. Ele citou que, somente no primeiro dia de estreia do equipamento na Rede Festval, no bairro Batel, foram abertas 130 contas.
“Tenho certeza que, pela cultura local, os curitibanos vão aderir muito. E não tanto pelos benefícios individuais, mas uma adesão por uma questão cultural e educacional, voltado para essa consciência ambiental”, frisou Cury.
Onde estão as máquinas de venda reversa em Curitiba
Há duas máquinas instaladas nas lojas da rede Festval no Batel, na rua Coronel Dulcídio, 880 e na rua Brigadeiro Franco, 641, Mercês. Outros equipamentos estão instalados nas Lojas Americanas do Shopping Estação, e outras duas nas redes do Sams Club.
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