O partido Republicanos terá um novo presidente no Paraná. O empresário e ex-deputado federal Marcelo Almeida, que foi diretor do Detran-PR durante o governo de Roberto Requião (atualmente no PT), deve assumir a sigla no estado nos próximos dias. O movimento abrirá espaço para uma eventual filiação ao partido do deputado estadual Alexandre Curi (PSD), o mais votado do estado em 2022, com vistas às eleições de 2024 e de 2026.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
Uma reunião em Brasília na terça-feira (12), com o presidente nacional do partido, o bispo licenciado da Igreja Universal Marcos Pereira, tratou do movimento, que ainda não é oficial. Segundo o deputado estadual Marcio Pacheco, que participou do encontro, entre os assuntos discutidos estava uma "possível" mudança no comando do partido no estado. “Há uma conjectura de mudança, palavras que ouvi da boca dele. Ele não tomou a decisão ainda e está fazendo a reflexão da possibilidade de alteração ou permanência do atual presidente, até o fim do mês”, afirmou Pacheco. O atual presidente da sigla no estado, Valdemar Jorge, que é secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, também esteve presente na reunião.
Nos bastidores políticos, a troca é dada como certa. O principal motivo alegado para a substituição seria o ritmo lento de filiações ao partido pensando nas eleições municipais de 2024. A chegada de Almeida, aliado de Curi, seria uma forma de o deputado, que obteve 237.033 votos em 2022, poder fazer indicações de prefeitos a se filiarem ao Republicanos, partido que tende a ocupar posições-chave nas eleições a governador e presidente da República em 2026.
Da mesma maneira, a mudança no comando do Republicanos também fortalece a posição de Curi como candidato a um cargo majoritário em 2026: caso a disputa por uma indicação em seu atual partido, o PSD - mesmo do governador Ratinho Junior -, seja acirrada, o deputado pode encontrar espaço no Republicanos para viabilizar o seu nome, podendo ainda manter a base de apoio de Ratinho no estado.
A missão de Almeida, portanto, será a de aumentar a presença do Republicanos em municípios do Paraná em 2024 e preparar o partido para a disputa de 2026. O Republicanos, hoje, compõe a base de apoio do governo federal no Congresso, ao mesmo tempo que tem no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), um nome forte como possível presidenciável. Valdemar Jorge permanece como secretário de estado, com apoio de Ratinho, mas pode trocar de legenda para melhor se acomodar para as próximas eleições.
Marcelo Almeida nega que decisão esteja tomada e que será candidato
À Gazeta do Povo, Marcelo Almeida negou que qualquer decisão esteja tomada. “Eu não sou presidente e nem estou assumindo nada. Estive no partido por duas oportunidades para conversar com o atual presidente, inclusive. É muito perigoso e recente falar sobre algo assim sem sequer ter mandato”, respondeu.
O empresário também fez questão de enfatizar que nas próximas eleições não disputará qualquer cargo eletivo. “Sou um cara analógico, não tenho redes sociais nem nada do tipo. Por isso, preciso informar que não serei candidato. Nem a prefeito, nem deputado estadual, deputado federal ou senador”, afirmou.
A assessoria de Alexandre Curi negou a troca de partido do parlamentar. “O deputado Alexandre Curi segue no PSD e está, inclusive, em agenda com o governador Ratinho e o secretário Sandro Alex pelo interior do estado”.
Em entrevista à Gazeta do Povo no início deste ano, Curi afirmou: "é claro que os 237 mil votos fazem com que se pense em 2026. Temos quatro cargos importantes nessa disputa: governador, vice-governador e duas vagas no Senado. Isso vai ser discutido e, se entendermos que meu nome pode estar presente, a decisão será dentro nosso grupo político".
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná