Com obras de ampliação a serem finalizadas nas próximas semanas, o Aeroporto de Maringá ganha infraestrutura suficiente para que a prefeitura, que administra o terminal por meio da empresa pública Terminais Aéreos de Maringá, não se sinta inferiorizada em relação à “rival” Londrina, cujo aeroporto foi um dos quatro paranaenses cedidos à iniciativa privada no último dia 7 em leilão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que tem grandes investimentos previstos para os próximos anos.
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Pelo contrário: o Aeroporto Regional Silvio Name Júnior, nome oficial do terminal maringaense, terá em breve melhorias que o londrinense Governador José Richa só deverá ostentar daqui a alguns anos. O terminal da Cidade Canção passa por obras de R$ 81,5 milhões (recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil – FNAC) que estão 85% concluídas, de acordo com o superintendente Fernando Rezende. O consórcio que realiza os trabalhos estima entregá-los até o final de maio.
Entre essas melhorias no Aeroporto de Maringá, estão a reforma e ampliação da pista em 280 metros – vai chegar agora a 2.380 metros, mais extensa que a pista principal do Afonso Pena, em São José dos Pinhais, o que permitirá receber mais aeronaves, principalmente cargueiros internacionais -, nova taxiway, ampliação do pátio e balizamento de LED.
Além disso, segundo Rezende, a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) vai doar em breve um equipamento ILS, sistema de aproximação de precisão que é desejo londrinense há anos, e uma nova estação meteorológica.
“Também faremos uma nova licitação de R$ 11 milhões (recursos federais) para modernização da torre de controle, que deve sair até o meio do ano. E a ampliação do terminal de passageiros deve ser licitada no segundo semestre”, acrescenta o superintendente. Para completar, o terminal de cargas foi concedido no final de 2019 e a BHZ Logística deve começar a atuar no segundo semestre.
Hoje, o Aeroporto de Maringá tem três companhias em operação. Em 2019, o terminal teve um movimento total de 741 mil passageiros. A projeção era chegar a 920 mil em 2020, mas, com a pandemia de Covid-19, o fluxo caiu 60%. “Em outubro, teve início uma retomada, mas em março a situação voltou a piorar e só a partir de junho o movimento deve começar a normalizar. Hoje são de três a quatro voos diários; o movimento normal era de 14 a 16”, descreve Rezende.
Proximidade com Londrina não é considerada entrave
O superintendente reconhece que a privatização de aeroportos é “uma realidade”, especialmente dos operados diretamente pelo governo federal, através da Infraero. “Londrina (que será administrado pela CCR) tem mais movimento que o nosso, mas a um custo maior. Acredito que a concessionária vai fazer mais com menos”, opina.
“Em todo caso, há uma distância de 100 quilômetros entre as duas cidades e elas têm uma atuação bem definida: Maringá abrange mais o Noroeste e Londrina, o Norte. É como se houvesse uma divisa em Apucarana. Londrina tem dificuldades em razão da pista (menor) e por ser um aeroporto muito próximo da cidade. Independentemente disso, são dois aeroportos muito bons e há espaço para os dois.”
Mesmo com a onda de concessões, a prefeitura não cogita a privatização do Aeroporto de Maringá por enquanto. “O terminal é enxuto, dá lucro operacional constantemente. É um ativo para a cidade que a princípio entendo que não haveria necessidade de conceder. Mas essa é uma decisão da cidade”, diz Rezende.
Aluízio Andreatta, vice-presidente de comércio exterior da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) e presidente do Instituto Mercosul, aponta que as obras no aeroporto e a nova operação no terminal de cargas viabilizam uma rota fundamental para o crescimento da cidade nos próximos anos.
“A perspectiva é ganhar corpo novamente, com Maringá retomando sua vocação do comércio exterior, que havia se perdido”, projeta. “Temos grupos de trabalho para começar estudos para viabilizar um hub logístico. Maringá tem um cenário favorável por ter área para expansão e 90% do ano com aeroporto aberto: com os novos equipamentos, vai para 100%.”
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