Segundo dados do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), desde o início da pandemia de Covid-19, 55 médicos morreram em decorrência do contágio pelo novo coronavírus no estado. O levantamento do CRM, atualizado em 26 de março, contabiliza 4 casos a mais do que o divulgado pelo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), na mesma data.
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Os números reúnem profissionais de várias idades e especialidades, que atuavam no Paraná e trabalhavam ou não na linha de frente da doença (confira ao final da matéria).
Além dos médicos, até agora, o Paraná já perdeu para o coronavírus outros 229 profissionais da saúde, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, dentistas, farmacêuticos, assistentes sociais e outras profissões ligadas à área.
De acordo com o gestor do Departamento de Fiscalização do Exercício Profissional do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), Carlos Naufel, o rápido aumento no número de mortes em 2021 - até dezembro de 2020 eram 24 - segue a proporção do crescimento dos números da pandemia como um todo, no Paraná e no Brasil. “Em todo o Brasil houve um aumento expressivo de casos e isso reflete no numero de infecções não só dos médicos, mas de todos os profissionais de saúde”, afirma.
O boletim da Sesa aponta ainda que, desde o início da pandemia no estado, já foram confirmados 19.670 casos de Covid-19 entre profissionais da saúde em todo o Paraná, dos quais 15.433 já estão recuperados. Cada confirmação, ainda que da forma leve ou mesmo assintomática da doença, gera afastamentos temporários, o que sobrecarrega a equipe que permanece em campo.
Pra o CRM, a sobrecarga de trabalho, ainda que inevitável neste momento, é um fator preocupante. "A literatura médica diz que, sim, quanto mais tempo exposto ao vírus, maior o risco de contágio. A própria exaustão pela sobrecarga de trabalho leva também a um cuidado menor com as medidas de prevenção. O pessoal que faz 12 horas de plantão cansa e se expõe mais do que quem faz 6 horas”, completa Naufel.
O CRM-PR publicou pequenos perfis dos médicos que foram vitimados pela Covid-19 no Paraná, conheça cada um deles:
Paulo André Chenso
Natural de Centenário do Sul (PR), era formado em Medicina e História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e atuava na linha de frente da Covid-19, em Londrina. Além da medicina, atuava como historiador, escritor, professor e desenhista. Faleceu aos 69 anos, no dia 25 de março.
Ronaldo Dobner de Vasconcellos Barros
Natural de Belo Horizonte (MG), era especialista em patologia clínica, o médico completaria 64 anos em maio. Ele lutava contra um câncer e teve o caso agravado ao contrair a Covid-19. Faleceu no dia 24 de março, em Londrina e foi sepultado em Ibiporã.
Antonio Kuzmicz
Nascido em Curiúva, no interior do Paraná, o médico de 72 anos trabalhava na Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, tendo dedicado 48 anos à profissão e atuado em programas da Rede Mãe Curitibana. Ele faleceu no dia 22 de março, no Hospital das Nações.
José Techy
Natural de Prudentópolis (PR), formou-se médico pela Universidade Federal do Paraná e foi fundador do Hospital São João, em Guarapuava - instituição que fechou em meados dos anos 2000. José Techy faria 86 anos em 2021, e somava 60 anos de formação médica, embora já estivesse afastado das atividades há alguns anos. Ele faleceu no dia 18 de março, no Hospital Sugisawa, em Curitiba, cidade em que residia.
Cezar Augusto Presibella
Especialista em Medicina do Trabalho, o médico era natural de Caçador, em Santa Catarina, mas formou-se pela Universidade Federal do Paraná e atuava em Curitiba. Faleceu aos 72 anos, no dia 17 de março, depois de quase 50 dias internado no Hospital Marcelino Champagnat, na capital paranaense.
Luiz Lucacin
De Mariluz, na região Noroeste do Paraná, Lucacin tinha 84 anos e atuava há mais de cinco décadas como médico na cidade, da qual também chegou a ser prefeito na década de 80. Ele faleceu no dia 17 de março, apenas meia hora antes da esposa, Ely de Barros Lucacin, que também estava internada por complicações da da Covid-19.
Paulo Fernando de Moraes Nicolau
Natural de Ribeirão Preto, o psiquiatra e professor dividia as atividades médicas entre São Paulo e o Paraná, com grande atuação em Londrina, onde faleceu, em 16 de março, após dias internado no Hospital do Coração da cidade. Tinha 69 anos de idade e quase 46 de formação, e era diretor da área de psiquiatria da Federação dos Hospitais do Paraná. Segundo o CRM, deixa importante legado de trabalho humanitário e atenção à saúde mental.
Luís Filipe Fantinati Lazanha
Formado pela Universidade Federal do Paraná, Luís Filipe atuava na linha de frente no combate ao coronavírus e havia sido convocado para a residência em radiologia no Hospital de Clínicas, mas não chegou a assumir a vaga. Faleceu no dia 15 de março, em Curitiba, por complicações da Covid-19. Ele era natural de Ourinhos, no interior de São Paulo.
Mualmeri César Kasesmarki Silva
O pediatra, de 71 anos de idade e 47 de formação médica, era natural de Curitiba. Faleceu, em 13 de março, no Hospital Geral da Unimed, em Ponta Grossa, onde era plantonista do Pronto Atendimento Pediátrico.
William Quinto Maldonado
Natural do Peru, o Dr. William Maldonado, de 55 anos, atuava no Brasil há quase 28, nos serviços públicos de Curitiba e outras cidades da Região Metropolitana (RMC). Nos últimos meses, ele trabalhava na linha de frente do combate à Covid-19, em Unidades Básicas de Saúde na capital e RMC. Faleceu no dia 7 de março, aos 55 anos, no Hospital Marcelino Champagnat, após alguns dias internado. Deixa esposa e três filhos.
Valmir Pineli Alves
O pediatra faleceu em 18 de fevereiro, no Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, local no qual atuava desde 1994 e já tinha sido diretor clínico e técnico. Prestes a completar 73 anos, e 50 de formação, estava internado desde o dia 1º de fevereiro devido a complicações da Covid-19. Era muito querido e respeitado na comunidade de Foz.
Celso Prado
O cirurgião geral era um dos médicos pioneiros de Missal, no Oeste paranaense, onde nasceu em 1946 (quando o município ainda fazia parte de Medianeira). Formou-se médico pela Universidade Federal do Amazonas e voltou ao Paraná, registrando-se no CRM em 1973. Faleceu em 10 de fevereiro, aos 74 anos, após dias internado em um hospital de Cascavel. A notícia de seu falecimento gerou comoção na cidade natal. “Trabalhou com extrema competência e cuidado com a saúde da população de Missal e arredores”, diz nota publicada pela Unimed Oeste do Paraná, da qual era cooperado.
Mario Bachim
Natural de Curitiba, o médico de 72 anos de idade e 44 de formação pela Universidade Federal do Paraná trabalhou quase que exclusivamente no serviço público, tendo atuado, inclusive, no SAMU. Já aposentado, dedicava-se ao trabalho voluntário como médico. Faleceu no dia 2 de fevereiro, no Hospital Evangélico Mackenzie, onde estava internado por complicações decorrentes da Covid-19. Deixa esposa e duas filhas.
Adriana Morais Carvalho
A médica, registrada no CRM-PR desde 2016, integrava o programa de saúde da família do município de Rebouças, atuava como plantonista do pronto-socorro da Santa Casa de Irati, da Santa Casa de Prudentópolis e do Hospital Oswaldo Cruz, de Teixeira Soares, além de atender na Medida Emergências Médicas. Faleceu no dia 27 de janeiro, em Guarapuava, onde estava internada por complicações da Covid-19. Completaria 37 anos em fevereiro.
Axl Werner Hulsmeyer
O médico londrinense tinha 80 anos, era especialista em Ortopedia e Traumatologia, além de Medicina Esportiva e Medicina do Trabalho. Ele também foi professor universitário. Em 2015, foi homenageado pelo CRM por conta dos 50 anos de formação. Faleceu em 27 de janeiro, em um hospital de Londrina.
Antônio Martinez Cebrian
O médico tinha 82 anos e residia em Cruzeiro do Oeste, onde concentrou a maior parte de sua carreira profissional, iniciada há 56 anos. A morte de Cebrian, ocorrida em 27 de janeiro causou comoção na cidade. “Excelente médico, amigo e um exemplo de cidadão, que com sua formação cuidou de gerações de cruzeirenses”, publicou a prefeita da cidade, Helena Bertoco.
Duque Wilson Cores
O médico tinha 94 anos de idade e 61 de formação. Nasceu em Bagé, no Rio Grande do Sul, e se formou na Universidade Federal do Paraná. Estava aposentado, mas atuou por muito tempo no antigo Hospital São Roque, na Grande Curitiba. Faleceu em 26 de janeiro, no Hospital da Cruz Vermelha.
Roberto Hyczy
Médico especialista em ginecologia e obstetrícia, além de professor, era natural de Guarapuava e tinha 85 anos de idade, sendo 57 de formação médica. Atuou na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Curitiba, além de ser voluntário na Santa Casa de Misericórdia. Lecionou nos cursos de medicina da Evangélica e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Faleceu no dia 23 de janeiro, no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba.
Paulo Costa de Souza
O médico tinha 74 anos de idade e 45 de formação médica. Atuou no Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Estava no Paraná desde 2011. Faleceu em 19 de janeiro, no Hospital da Cruz Vermelha, em Curitiba.
Aristides Athayde Neto
O médico oftalmologista, também formado em Direito, era acadêmico titular da Academia Paranaense de Medicina, tinha 78 anos e 55 de formação. Em 1992, deu início à Fundação Athayde, com importante atuação científica, e que chegou a disponibilizar um ônibus para atendimento itinerante a pessoas da Grande Curitiba. Foi responsável, em Curitiba, pela implantação do atendimento telefônico de emergência, o 192. Faleceu em 18 de janeiro, no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba
Paulo Afonso Pires Ferreira
Natural do Piauí, o médico, de 73 anos de idade e 44 de atividade médica trabalhou em diversas cidades paranaenses, como Curitiba, Goioerê e Mariluz. Atualmente, atuava em Unidades Básicas de Saúde de Umuarama. Faleceu no dia 17 de janeiro, em Umuarama, causando grande comoção na cidade.
Wanderley Zanotto Lopes dos Santos
Natural de Londrina, o anestesiologista tinha 73 anos de idade e 47 de profissão. Formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, integrava, desde 1975, o corpo clínico dos hospitais da Irmandade Santa Casa de Londrina (Iscal). Faleceu em 13 de janeiro, no Hospital do Coração de Londrina, onde estava internado por complicações da Covid-19.
Orival Alves
Neurologista e neurocirurgião, Orival Alves foi um dos idealizadores do curso de medicina da Unioeste, além de criador e coordenador do Programa de Residência Médica em Neurocirurgia do Hospital Universitário do Oeste do Paraná. Ele tinha 73 anos e completaria 50 de profissão em 2021. Atuava em Cascavel, onde faleceu no dia 13 de janeiro.
Valdomiro Vodonós
O ginecologista e obstetra de 75 anos e mais de 40 de profissão atuava na cidade de Quedas do Iguaçu, que decretou luto oficial de 3 dias após a morte, em 7 de janeiro. Ele era natural de Mallet e morreu, por complicações da Covid-19, em um hospital de Cascavel.
Tokio Okagawa
Aos 84 anos de idade, e 54 de formação, o médico Tokio Okagawa faleceu no Hospital Norte Paranaense (Honpar), em Apucarana, após complicações da Covid-19, no dia 27 de dezembro. Concentrou sua atuação nas cidades de Borrazópolis, onde também foi vereador, e Kaloré.
Hildebrando Gonçalves
O médico Hildebrando Gonçalves faleceu, no dia 27 de dezembro, no Hospital Regional do Litoral. Natural de Cornélio Procópio, tinha 81 anos de idade e 46 de profissão, e atuou por muitos anos na Santa Casa de Guaratuba, cidade em que residia desde a década de 1990.
Fernando Saldanha Barros
O médico especialista em Medicina do Trabalho tinha 74 anos de idade e havia completado 50 de profissão em 2020. Formado em 1970 pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), ele faleceu em Curitiba, onde era diretor-presidente de uma clínica na região central, no dia 26 de dezembro.
José Eduardo Loureiro do Amaral
Um dos médicos pioneiros de Cianorte, onde também era empresário, atuando ativamente no desenvolvimento da cidade. Natural de Curitiba, José Eduardo Loureiro do Amaral era especialista em oftalmologia e homeopatia. Faleceu em 17 de dezembro, com 80 anos de idade e 53 de formação.
Cleusa Fátima de Oliveira Bacila Sade
Supervisora do pronto atendimento pediátrico do centro clínico da operadora Nossa Saúde, em São José dos Pinhais, Cleusa Fátima Bacila Sade teve sua vida interrompida pela Covid-19 no dia 11 de dezembro, após ficar dias internada no Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Faleceu aos 64 anos de idade com 40 de formação médica.
Paulo Eduardo Carneiro Silva
Atuando na linha de frente do combate à pandemia, o neurocirurgião Paulo Eduardo Carneiro da Silva tinha 59 anos de vida e 33 de atividade profissional quando faleceu, na noite de 9 de dezembro, vitimado pela Covid-19. Ele havia sido internado alguns dias antes no Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba, onde era chefe do departamento de neurocirurgia.
Pio Luna Quisbert
Natural da Bolívia, formou-se, em 1968, pela Universidade Federal do Paraná e atuou por muitos anos na rede pública de saúde de Cruzeiro do Oeste, na região de Umuarama, onde era reconhecido como profissional dedicado e atencioso. Faleceu aos 85 anos, no dia 4 de dezembro, com 52 anos de atividade médica.
Carlos Alberto Brandão
Ginecologista e obstetra concentrou suas atividades, nos últimos anos, na cidade de Pinhão, que decretou luto oficial de três dias após seu falecimento. Internado no Hospital Regional do Centro-Oeste, em Guarapuava, faleceu em 24 de novembro. Tinha 71 anos de idade e 43 de formação médica.
Marco Aurélio Lopes Gamborgi
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Regional Paraná, além de voluntário e presidente do conselho multidisciplinar da ONG Operação Sorriso do Brasil, Marco Aurélio Lopes Gamborgi estava com 57 anos quando perdeu a luta contra a Covid-19, no dia 4 de dezembro. Natural de Lages (SC), era reconhecido por seu trabalho na área de fissuras lábio palatais, tendo realizado aproximadamente 10 mil cirurgias. “Sou fissurado pelos fissurados”, dizia.
George Karam
Natural da capital paulista, George Karam era pediatra e concentrou toda sua carreira profissional em Guarapuava. Infectado pelo novo coronavírus, acabou transferido para a UTI de um hospital de Florianópolis, em Santa Catarina, para ficar sob cuidados de um casal de médicos familiares de sua esposa, Rosane Jaeger Karam. Com o agravamento do quadro, no entanto, não resistiu à doença e veio a óbito no dia 2 de dezembro. Dois dias antes, havia completado 59 anos de idade.
Aldo Rosevics
Especialista em clínica médica e medicina do trabalho, o médico de 64 anos, formou-se na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e atendia ultimamente como clínico geral em um consultório no bairro São Francisco, em Curitiba. Dr. Aldo Rosevics estava em tratamento oncológico no Hospital Sugisawa, em Curitiba, quando teve seu quadro agravado em decorrência da Covid-19, segundo o CRM-PR, vindo a falecer no dia 31 de outubro.
Carlos Alberto Goedert
Natural de Santa Catarina, o médico radiologista Carlos Alberto Goedert cresceu em Curitiba, onde estudou fisioterapia e medicina na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Tinha 59 anos de idade e 22 de profissão. Faleceu na noite de 1º de novembro.
Jonathan Pliacekos
Natural do Rio Grande do Sul, formou-se médico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1969. Em 1972 mudou-se para Altônia, onde viveu por 21 anos. Lá fundou um hospital e foi prefeito entre 1989 e 1992. Foi ainda fundador da associação comercial da cidade e presidente da Associação dos Hospitais do Noroeste do Paraná. Em 1993 mudou-se para Foz do Iguaçu, onde atuou como médico na rede pública nos últimos 27 anos. Com a pandemia, Dr. Jonathan Pliacekos passou a atender seus pacientes de casa, por meio da telemedicina. Ainda assim, acabou contraiu a Covid-19. Foi internado no Hospital Ministro Costa Cavalcanti, mas, com o agravamento do quadro, não resistiu e faleceu no dia 1º de novembro.
Cleusa Ema Quilici Belczak
Com 69 anos de idade e 45 de profissão, Cleusa Ema Quilici Belczak era especialista em cirurgia vascular e endovascular. Atuava em Maringá, no Noroeste do Paraná, onde faleceu em 30 de outubro. Era também docente no Brasil e na Argentina, além de diretora científica da Sociedade Brasileira de Flebologia e Linfologia.
Janino Hablich
Ex-vereador e ex-secretário municipal de saúde de Dois Vizinhos, no Sudoeste paranaense, o oftalmologista Janino Mattos Hablich morreu, aos 73 anos de idade, no dia 22 de setembro, no Hospital Geral da Unimed de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Empresário, foi proprietário do Hospital de Olhos da cidade e um dos fundadores da Unimed de Francisco Beltrão. Ultimamente dedicava-se à agricultura e à pecuária, como um dos sócios da fazenda Ana Júlia.
Olavo Mazão
Um dos médicos pioneiros de Cambé, com atuação também em Londrina, Olavo Mazão estava com 94 anos de idade, quando faleceu, no dia 14 de setembro, vítima da Covid-19. Natural de Minas Gerais, formou-se pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1953, iniciando sua carreira em Cambé, onde fundou e foi diretor do Hospital São Lucas. Fez parte ainda dos primeiros grupos de médicos da Santa Casa de Londrina.
Tsutomu Higashi
Ex-professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Tsutomu Higashi iria completar 77 anos de idade em outubro de 2020. Infectado pelo novo coronavírus, acabou falecendo no dia 24 de setembro. Em Londrina, fundou a Clínica Higashi, onde atuava até seu passamento. Foi ainda médico voluntário da Cruz Vermelha, editor do jornal Ecologia Médica, presidente-fundador da ONG Manancial d’Ouro, que tem a finalidade de prevenir a população ameaçada por agentes contaminantes, e palestrante-colaborador do Sebrae para incentivo à implantação da agricultura orgânica nos municípios. Era ainda era autor de inúmeros trabalhos científicos.
Marissol Bassil
Natural de Curitiba, a pediatra Marissol Bassil trabalhou por mais de 25 anos no Hospital Pequeno Príncipe, onde começou como plantonista e chegou a supervisora do setor de emergência para o SUS. Segundo a instituição, ela estava afastada das atividades desde o início da pandemia por fazer parte do grupo de risco. Morreu na madrugada do dia 23 de setembro em decorrência da Covid-19. Dra. Marissol atuava ainda na cidade de Campo Largo, na região metropolitana, onde foi diretora-geral do Hospital Infantil Waldemar Monastier e ultimamente atuava como responsável pela pediatria no Hospital do Rocio.
Celso Ariello
Especialista em ginecologia e obstetrícia, Celso Ariello faleceu em 22 de setembro no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. De acordo com o CRM-PR, ele tinha 64 anos e atuou sempre em Curitiba, ultimamente atendendo em um consultório no bairro Batel. Sua partida gerou comoção nas redes sociais, onde pacientes lembraram de seu lado humano no atendimento profissional. “Dr. Celso é e sempre será lembrado por mim como um ser humano especial, médico atencioso, fez o parto do meu bebê, me aconselhou e acompanhou com muita dedicação toda a gestação”, foi um dos comentários.
Marcos Sereja
Cardiologista de 34 anos, Marcos Sereja trabalhava em Guaratuba, litoral paranaense, mas ficou internado no Hospital do Rocio de Campo Largo por três semanas, em tratamento. Ele morreu no dia 2 de setembro. Natural de Paranavaí, Noroeste paranaense, Sereja trabalhava havia quatro anos em Guaratuba, no Samu.
Vicente Lúcio Viana Lopes
O pediatra Vicente Lúcio Viana Lopes continuava na ativa até o início de 2020, quando interrompeu os atendimentos por conta da pandemia. Apesar disso, foi infectado pela Covid-19 e faleceu em 11 de agosto, aos 79 anos de idade e 56 de formação. “Era um médico que não existe mais hoje em dia, que atendia os pacientes de madrugada na própria casa”, conta o dentista Luiz Vicente de Moura Lopes, um dos três filhos.
Lucas Pires Augusto
Com apenas 32 anos, Lucas Pires Augusto foi o mais jovem dos médicos que atuavam no Paraná a falecer com o novo coronavírus. Formado pela UFPR, especialista em neurocirurgia, ele atuava na região de Ivaiporã. Já com o diagnóstico de Covid-19, pouco antes de ir para a UTI do Hospital Maringá, no dia 27 de julho, ele postou uma mensagem que comoveu o país. “Estou indo neste momento para a UTI, devido a um agravamento do caso de Covid-19. Ficarei incomunicável, mas desde já agradeço aos amigos pelas orações. Peguei essa doença fazendo o que amo, cuidando dos meus pacientes com amor e dedicação. Faria tudo outra vez. Sei que meu Deus é soberano sobre todas as coisas, seus caminhos e propósitos são sempre justos e perfeitos e que no fim todas as coisas contribuem justamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Rm 8:29. Amém.”
Gerson Marcio Negrissoli
Nascido em Cruzeiro do Oeste, Gerson Marcio Negrissoli atuou inicialmente em Rondônia e retornou ao Paraná em 1997. Chegou a ser prefeito de Alto Piquiri entre 2009 e 2012 e teria completado 52 anos nem 2020. Também atuava em Guaíra. Faleceu no dia 20 de julho no Hospital Cemil, em Umuarama.
Gabriele Righetti Neto
Ultimamente atuando no Mato Grosso, Gabriele Righetti Neto iniciou sua carreira em Curitiba, onde concluiu o curso de Medicina, em 1998, pela Faculdade Evangélica. Quis o destino que fosse na capital paranaense sua despedida, aos 45 anos de idade, por complicações decorrentes de Covid-19, no dia 16 de julho.
Ary Jacomossi
Exerceu a medicina nos estados de São Paulo, Goiás, Pará e Paraná. Em Maringá, no Noroeste paranaense, Ary Jacomossi foi também empresário da área do turismo e da comunicação e chegou a se candidatar a prefeito, em 1996. Faleceu na cidade paranaense, em 13 de julho, aos 86 anos de idade e 60 de profissão.
Jorge Karigyo
Jorge Karigyo estava com 62 anos quando testou positivo para Covid-19. Foi internado no dia 29 de junho e, diabético, viu seu quadro se agravar até seguir para a UTI do Hospital Paraná, onde não resistiu, no dia 8 de julho. Embora fosse psiquiatra, sua paixão era atuar como clínico geral no pronto-atendimento. Estava vinculado à UPA Zona Su em Maringá, e era reconhecido na cidade como um profissional humano, caridoso e carismático.
Miguel Yoneda
Especialista em cirurgia geral e medicina do trabalho, Dr. Miguelito, como gostava de ser chamado o médico e professor universitário Miguel Yoneda, atendia no Hospital da Vida, em Dourados, e também no município de Ponta Porã, ambos no Mato Grosso do Sul, onde vivia. Sua carreira, no entanto, foi construída em grande parte no Paraná, onde morou entre 1973 e 2017 e deixou uma legião de amigos, admiradores e discípulos. Durante anos, foi docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e plantonista do Hospital Universitário da instituição. Faleceu em 1º de julho, aos 74 anos de idade. Como atuava no MS, não consta na lista oficial da Sesa do Paraná, mas recebeu as homenagens do CRM paranaense.
Caio Martins Guedes
Residente de ortopedia e traumatologia no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, Caio Martins Guedes, 33, estava no exercício da atividade quando foi contaminado pelo novo coronavírus, em junho. Nascido em Taguatinga, no Distrito Federal, ele trabalhava na instituição desde 2018. Faleceu em 22 de junho, em Curitiba.
Clóvis Gorski
Pertencente ao grupo de risco em razão da idade – 72 anos –, o médico cirurgião Clóvis Gorski não quis parar de trabalhar mesmo com o avanço da pandemia do novo coronavírus. O Hospital Santa Tereza, em Guarapuava, onde atuava havia quase 40 anos, suspendeu as cirurgias eletivas, mas ele insistiu em continuar atendendo em seu consultório, onde acabou contraindo o vírus de um paciente. “Nunca deixamos de operar alguém por não ter condições de pagar. Algumas vezes até pagamos o remédio pro cara continuar tomando, pois não tinha na rede pública. Não me lembro de ter escutado ele reclamar de estar cansado porque não dormiu esta noite ou porque passou o dia trabalhando e nem almoçar conseguiu”, lembrou o médico Frederico Virmond, primo e colega de trabalho de Gorski por mais de 35 anos, em uma mensagem à família. Ele faleceu no dia 9 de junho.
Milton Luiz Ciappina
Com 72 anos de idade, Milton Luiz Ciappina continuava trabalhando quando surgiram os primeiros casos de Covid-19 no Brasil. Médico concursado do município de Fazenda Rio Grande, onde atuava na saúde básica, tinha acabado de entrar em quarentena quando começaram os primeiros sintomas da doença, em abril. Internado no Hospital Sugisawa, em Curitiba, por mais de duas semanas, faleceu no dia 3 de maio.
Nelson Martins Schiavinatto
Nascido em Londrina, tornou-se referência em radiologia e diagnóstico por imagem no município de Cianorte, onde viveu a maior parte da vida. Completou 80 anos no dia 22 de janeiro de 2020, ainda na ativa. Em março, passou alguns dias com a família em um cruzeiro em Balneário Camboriú, Santa Catarina, de onde retornou com os primeiros sintomas de Covid-19. Faleceu em 3 de abril de 2020. “Era um homem absolutamente saudável: não fumava, não bebia, fazia atividade física, alimentou-se bem a vida toda”, conta a filha Fernanda Schiavinatto. “A doença é violenta”, lamenta.
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