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Levantamento mostra que 56% das micro e pequenas indústrias do Sul esperam que a inflação aumente| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo/Arquivo

Uma pesquisa feita pelo Datafolha sob encomenda do SIMPI (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo) mostra que as micro e pequenas indústrias da região Sul estão entre as que tiveram melhor desempenho em fevereiro e março de 2023, na comparação com outras partes do país.

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Segundo o levantamento, 56% das micro e pequenas indústrias da região estão funcionando normalmente, ou seja, em plena atividade, contra 50% no Brasil todo. Apenas 1% estão com atividades totalmente paradas no Sul – 3% a menos do que no restante do país.

O Sul é a segunda região do país com mais micro e pequenas indústrias no país, ficando atrás apenas do Sudeste. Mesmo assim, o Índice de Satisfação das MPI’s é o maior de todos: 132 pontos, em uma escala de 0 a 200, segundo o levantamento do SIMPI. Hoje, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul também são os estados onde melhor se avalia a situação das empresa: 66% classificam como “Ótima/Boa” e apenas 7% indicam como “Ruim/Péssima”.

No Paraná, indústria movimento PIB bilionário

No Paraná, a indústria movimenta o equivalente a R$ 111,1 bilhões todos os anos, o equivalente a 25,5% do PIB total do Estado. Este total representa 7,5% do PIB Industrial brasileiro, o que deixa o parque industrial paranaense como o quarto principal do país, atrás somente de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Ao todo, segundo informações da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o parque industrial do Estado conta com cerca de 72 mil empresas, responsáveis por mais de 977,5 mil empregos diretos. A produção de proteína animal, em especial as carnes de frango e de tilápia, é um dos destaques da indústria paranaense. Outro ponto de liderança é a a produção de madeira para papel e celulose e a exportação de madeira serrada e compensado.

O parque industrial paranaense também comporta o segundo principal polo produtor de leite e de suínos do Brasil. Além disso, o Estado também é o terceiro na produção de veículos.

Empregos seguem positivos, mesmo com impacto da pandemia

Assim como em outras áreas da atividade econômica estadual, a indústria sofreu um impacto significativo durante a pandemia. Mesmo assim, o nível de empregos gerados pelo setor seguiu positivo, de acordo com a Fiep.

Em 2022, a indústria criou 15.271 novos empregos formais no Paraná. São menos empregos do que em 2021 (44.128) e em 2020 (24.799), mas mesmo assim o setor segue contratando mais do que demitindo no Estado. A tendência de crescimento foi verificada no Paraná, de acordo com a Fiep, no primeiro trimestre de 2023. De janeiro a março deste ano, o setor já soma mais 7.416 novas contratações, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

“O Paraná é um estado especial, com a quarta maior economia e também o quarto maior polo produtor da indústria brasileira. Tudo isso é calcado na força do nosso empresário industrial, dos nossos trabalhadores e dos processos tecnológicos que temos implantado mesmo com as muitas dificuldades para se produzir no Brasil. Por isso, como industrial que sou há mais de 40 anos, saúdo a todos os nossos industriais e também aos industriários que fazem a indústria do Paraná”, avaliou Carlos Valter, presidente da Fiep, em evento comemorativo ao Dia Nacional da Indústria no Paraná.

Cenário econômico e juros altos preocupam empresários

Mesmo assim, os empresários do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul estão pessimistas em relação à economia brasileira. De acordo com a pesquisa do SIMPI, 56% das micro e pequenas indústrias do Sul acham que a inflação vai aumentar. Só 8% consideram que há chance de diminuição dos preços.

Os empresários também estão insatisfeitos com a taxa de juros. Segundo o levantamento, 51% dos respondentes da pesquisa no Sul consideram que os juros altos prejudicaram muito os negócios, aumentando o custo repassado por fornecedores. O percentual é maior nas outras regiões do país, principalmente no Nordeste, em que 61% dizem sofrer muitos efeitos negativos dos juros na relação com fornecedores.  A Selic, que é a taxa básica de juros no país, está em 13,75%.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa, de abrangência nacional, é feita periodicamente desde o ano passado. Para a última edição, foram feitas entrevistas por telefone com empresários de micro e pequenas indústrias selecionados aleatoriamente, a partir de uma listagem fornecida pelo SIMPI. As entrevistas foram feitas entre os dias 8 e 24 de março de 2023.

Segundo Joseph Couri, presidente do SIMPI, o objetivo do levantamento é obter dados para que seja possível elaborar políticas públicas localizadas para as micro e pequena indústrias de cada região. “O que pode ser bom para um lugar, pode não ser para outro. A pesquisa nos dá objetividade [para fazer demandas ao governo]”, explica.

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