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Para ministro Dias Toffoli, Tony Garcia terá que "esclarecer, em detalhes e com apresentação dos respectivos documentos, as denúncias por ele formuladas" contra Sergio Moro.
Para ministro Dias Toffoli, Tony Garcia terá que “esclarecer, em detalhes e com apresentação dos respectivos documentos, as denúncias por ele formuladas” contra Sergio Moro.| Foto: Arquivo / Tribuna do Paraná

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), determinou que o empresário e ex-deputado estadual pelo PPB (hoje PP) Tony Garcia preste depoimento à Polícia Federal (PF). Garcia tem feito acusações contra procuradores da República e o ex-juiz da Lava Jato e senador paranaense pelo União Brasil, Sergio Moro.

Segundo a determinação de Toffoli, o empresário terá 30 dias para ser ouvido pelo delegado Rafael Fernandes Souza Dantas, da PF. O ministro disse, em seu despacho, que espera que o depoimento de Garcia “possa esclarecer, em detalhes e com apresentação dos respectivos documentos, as denúncias por ele formuladas”.

"Agente infiltrado"

Tony Garcia tem dito em entrevistas que após ter sido preso em 2004 sob a suspeita de gestão fraudulenta em uma empresa de consórcios foi obrigado a agir como “agente infiltrado” de Moro. Entre as tarefas supostamente atribuídas a ele, Garcia afirma que foi coagido a atuar, a mando do senador, em uma série de atividades ilegais, como a instalação de escutas clandestinas em celas de presos na Lava Jato.

O empresário também alega que era obrigado a forçar os presos a darem declarações que incriminassem pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores, como o presidente Lula (PT). Como prova de suas alegações, Garcia postou no Twitter o que seria parte de uma sentença em que Sergio Moro o elogia pelos trabalhos prestados e, segundo o empresário, confirma sua participação na colheita de provas.

“Dificilmente, lograria o Ministério Público ou a Justiça colher prova significativa desses fatos complexos sem o auxílio de Antônio Celso Garcia, uma vez que este foi partícipe ou conhecia os fatos. Além disso, o acusado não só revelou os fatos, mas igualmente participou de diligências destinadas a colher provas a eles relativas”, diz o suposto trecho da sentença publicada por Garcia.

Supostas irregularidades foram denunciadas em 2021

Tais irregularidades teriam ocorrido, de acordo com o empresário, entre os anos de 2005 e 2006. Garcia sustenta que levou o caso ao conhecimento da juíza federal Gabriela Hardt, na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, em 2021. O empresário estaria tentando reverter a rescisão do acordo de delação feito com a Justiça – o acordo acabou sendo rescindido um ano depois, a pedido do Ministério público Federal.

Garcia afirma que as primeiras providências sobre as denúncias só foram tomadas em abril deste ano, quando o juiz Eduardo Appio, na época titular da 13ª Vara de Justiça Federal de Curitiba, encaminhou a denúncia ao STF.

"História esdrúxula", rebate Moro

Moro, por sua vez, tem rebatido as acusações. Em uma entrevista à Rádio Nova Brasil FM, o senador afirmou as gravações feitas por Garcia “com seus cúmplices” foram requeridas pelo Ministério Público e supervisionadas pela Polícia. Na entrevista, Moro ainda chama Garcia de “estelionatário” e “mentiroso compulsivo”, e nas redes sociais o ex-juiz da Lava Jato afirma que os que levam a sério as denúncias do empresário têm “falta de senso de ridículo”.

“Essa história é a mais esdrúxula possível. Eu vi os comentários e dei até algumas risadas. Afiar-se nas palavras do tal Tony Garcia, ele que foi o responsável por revelar o 'mensalão'. Depois ele vem pedir desculpa pelo impeachment da Dilma, então ele foi o responsável pelo impeachment da Dilma? São umas fantasias desse indivíduo”, disparou Moro.

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