O ex-ministro da República e ex-deputado federal Euclides Scalco, de 88 anos, morreu às 4h30 desta terça-feira (16) no Valencis Hóspice, em Curitiba, em razão de complicações relacionadas a um acidente vascular cerebral (AVC), segundo informou a família. Scalco já estava com a saúde bem debilitada havia alguns meses e também testou positivo para Covid-19 na última semana.
Internado desde segunda (15), o ex-ministro estava sendo assistido pela equipe de cuidados paliativos, tendo em vista a fragilidade de seu quadro clínico. De acordo com a família, não haverá velório e Scalco será cremado ainda nesta terça, no período da tarde.
Gaúcho de Vista Alegre, distrito da cidade de Nova Prata, Euclides Girolamo Scalco era formado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Chegou no Paraná em 1959, aos 27 anos, estabelecendo-se em Francisco Beltrão, onde iniciou a vida pública, sendo eleito vereador e prefeito da cidade.
Durante o regime militar, participou da fundação e estruturação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Paraná, em 1966.
Foi deputado federal por três mandatos, participando, inclusive, da Assembleia Nacional Constituinte, que editou a Constituição de 1988. Defendeu a proteção das empresas nacionais, o rompimento de relações diplomáticas do Brasil com países que desenvolvessem uma política de discriminação racial, medidas de proteção ao trabalhador, a nacionalização do subsolo, a proibição do comércio de sangue, o direito de sindicalização do servidor público, a defesa aos micro e pequenos empresários, a limitação do direito de propriedade privada, entre outras.
Scalco foi um dos fundadores do PSDB
No mesmo ano, Scalco foi um dos principais articuladores da criação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Participou da coordenação da campanha de Fernando Henrique Cardoso à presidência da República e da equipe de transição, coordenando o grupo que estudou a organização do sistema de assistência social do novo governo, do qual resultou a iniciativa da criação do programa Comunidade Solidária.
Em 1995 assumiu a diretoria-geral brasileira da Itaipu Binacional, renegociou a dívida da hidrelétrica com a Eletrobrás e a viu bater o recorde mundial de produção de energia elétrica, em 1996. Coordenou a campanha de reeleição de Fernando Henrique em 1998 e assumiu, posteriormente, o cargo de ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência.
Com o término do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, Scalco retornou ao Paraná, onde continuou participando e influenciando a política local. Coordenou a campanha de Osmar Dias (PDT) em 2006 ao governo do estado e a de Beto Richa (PSDB), em 2008, à prefeitura de Curitiba.
Ao contrário do que foi publicado na primeira versão desta matéria, Euclides Scalco não foi ministro-chefe da Casa Civil do governo de Fernando Henrique Cardoso, mas ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República.
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