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Luiz Abi, em registro de 2015
Luiz Abi, em registro de 2015| Foto: Arquivo Jornal de Londrina

O empresário Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), morreu em um acidente de carro no Mato Grosso por volta das 14 horas desta terça-feira (8). Ele completaria 66 anos no sábado (12) e deixa dois filhos. A informação foi confirmada à Gazeta do Povo pela Polícia Rodoviária de Rondonópolis, do Mato Grosso.

As autoridades registraram que Abi foi a vítima fatal do capotamento de uma caminhonete Amarok, no quilômetro 17 da BR-163, em Itiquira, em uma região próxima da divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Abi morreu no local. Outra vítima do acidente, cujo nome não foi informado ainda pela Polícia Rodoviária, sofreu lesões graves e foi encaminhada a um hospital da região. A Polícia Rodoviária informou que o tempo estava chuvoso no momento do acidente.

De acordo com o advogado de Abi, Anderson Felipe Mariano, o empresário estava na estrada voltando para Londrina, no Norte do Paraná, onde morava. A reportagem também procurou a assessoria do ex-governador: "Que Deus conforte a família e os amigos neste momento trágico e triste", escreveu Beto Richa.

Alvo de processos judiciais envolvendo a gestão Beto Richa, Abi voltou do Líbano em abril do ano passado, autorizado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão da eficácia da ordem de prisão preventiva e da difusão vermelha na Interpol contra o empresário no final de 2020.

Presente nos bastidores da política, o nome de Abi se tornou conhecido no ano de 2015, com a deflagração da Operação Voldemort, pela unidade de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR). Na ocasião, o então governador disse à imprensa que se tratava de um "primo distante". Para os investigadores, contudo, o empresário era a "eminência parda" do governo tucano.

Ainda em 2015, Abi também foi alvo da Operação Publicano e apontado pelos investigadores como o líder político de um grande esquema de corrupção na Receita Estadual. De 2015 para cá, passou a responder a outras acusações, sempre ligadas à gestão Beto Richa, em denúncias derivadas da Operação Quadro Negro, Operação Rádio Patrulha, Operação Integração e Operação Piloto.

Em setembro de 2018, viajou para a cidade de Biblos, no Líbano, e não retornou na primeira data informada por ele à Justiça Estadual, alegando problemas de saúde. O retorno ao Brasil só ocorreu em abril de 2021, após um longo processo para ter seu nome retirado da lista da Interpol.

Abi sempre negou as acusações, ao longo das suas defesas nos processos judiciais. Ele nunca deu entrevista à imprensa sobre as denúncias.

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