Os dados do boletim epidemiológico sobre a Covid-19 do Ministério da Saúde mostram, nesta quarta-feira (20), o Paraná como o estado com a menor relação de casos por 1 milhão de habitantes e com a 5ª menor taxa de mortalidade do país.
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Com 2.481 casos confirmados, o Paraná tem 217 pessoas infectadas para cada 1 milhão de habitantes. A segunda menor incidência é no Mato Grosso do Sul, com 231 casos por milhão. A maior incidência é no Amazonas (5.340 casos por milhão). A média brasileira é de 1.293 casos para cada 1 milhão de habitantes.
A estatística, porém, não é 100% confiável, uma vez que pode ser distorcida pelas diferentes politicas de testes adotadas em cada unidade da federação. A Bahia, por exemplo, realizou, até a última terça-feira, 40 mil testes, quase o dobro dos 21,9 mil do Paraná. Com população menor do que a paranaense, Santa Catarina já fez 30 mil testes em sua população.
Assim a comparação mais confiável sobre a disseminação do novo coronavírus nos estados acaba sendo pela mortalidade. E o Paraná, novamente, apresenta números bem abaixo da média nacional. Com 130 óbitos, o estado tem uma mortalidade de 11 pessoas para cada 1 milhão de habitantes, a quinta menor taxa do país. Goiás (10), Mato Grosso (9), Minas Gerais (8) e Mato Grosso do Sul (6) têm mortalidade menor do que a paranaense. A média nacional é de 86 mortes por milhão e a maior mortalidade também é no Amazonas 360 por milhão.
Registrando, em média três novos óbitos por dia, o Paraná também conseguiu evitar uma explosão após a 100ª morte, como foi observado nos outros estados que superaram essa marca. Passados 14 dias da 100ª morte no estado, o Paraná chegou a 130 vítimas, um crescimento de 30%. Em São Paulo, 14 dias depois da 100ª morte, já eram 608 os casos fatais; o Rio de Janeiro registrava 490 mortes 14 dias após a 100ª; Pernambuco, 450; Ceará 403. Mesmo em estados onde a situação é menos crítica, houve salto após o 100º óbito. Espírito Santo chegou a 271 mortes em duas semanas, e Bahia a 262.
O Rio Grande do Sul, que só chegou na 100ª morte há oito dias, ultrapassou o Paraná logo depois e já soma 151 óbitos, um crescimento de 51% em pouco mais da metade do tempo que o Paraná cresceu 30%.
O estudo do departamento de estatística da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com a vigilância epidemiológico do Hospital de Clínicas de Curitiba mostra que a taxa de reprodução do coronavírus no Paraná segue em declínio desde o dia 1º de maio, estando, hoje, abaixo do índice 1, o que indica que uma pessoa infectada gera menos que uma nova contaminação, reforçando o crescimento lento no número de óbitos por Covid-19 no estado.
“Eu não me engano com esses números, não. O que temos é sempre uma fotografia do momento. Um aumento de 30%, para mim, é significativo. Podem falar que tivemos poucos óbitos no Paraná em relação a outros estados, mas são 130 vidas perdidas, são 130 famílias arrebatadas, comunidades inteiras sentindo a morte dessas pessoas. Tiramos uma nova fotografia todos os dias e, assim, vamos decidindo o que fazer, nos reunindo diariamente com o governador”, comentou o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.
Ele reconheceu que a incidência de casos confirmados deve aumentar no estado nos próximos dias, com a disponibilização de mais testes para a doença e a ampliação da recomendação para a realização de testes. “Vamos testar mais, o número de casos confirmados pode aumentar, mas vamos conseguir fazer um rastreio melhor, identificar os casos assintomáticos, isolar e bloquear, conseguindo controlar a circulação do vírus em algumas regiões”.
O secretário cita que, apesar de em menor velocidade do que em outros estados, o vírus segue se disseminando no estado. “Estamos entrando em uma zona de alerta maior, temos situações que fogem da curva, como na regional de Maringá, ou lá na 14ª Regional de Saúde (Paranavaí) relacionada à atividade frigorífica. Estamos passando por uma grande estiagem e a alta incidência no Amazonas e Pará indica uma relação da circulação do vírus com a umidade, quando voltar a chover, podemos ter problemas. Além disso, tem a chegada do inverno. Temos que ter tranquilidade, estudar os números todos os dias e continuar avançando nos controles”, diz.
“Não estamos numa ascendência clara, mas o número de casos segue aumentando. Tivemos filas na Caixa Econômica Federal, para sacar o benefício do governo federal, movimento do comércio e deslocamento de pessoas no Dia das Mães, tivemos o pagamento dos aposentados, que gerou, além das filas em bancos, grande volume de idosos circulando no transporte coletivo. Temos dias duros pela frente, que precisamos vencer”, conclui.
Confira a evolução dos casos de coronavírus no Paraná.
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