Exercer a medicina de uma forma que transformasse o atendimento à saúde na cidade. Essa foi uma escolha que o médico Matheos Chomatas fez cedo na carreira, e que ao longo dela ganhou cada vez mais força. Especialista em saúde coletiva, ele foi o responsável pela implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Curitiba, há 17 anos. Além da Secretaria Municipal de Saúde, atuou como professor universitário e na Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Matheos faleceu no dia 11 de dezembro do ano passado, aos 60 anos, vítima de câncer.
Nasceu em São Paulo, viveu parte da infância em Ponta Grossa, mas passou praticamente a vida toda em Curitiba. Era descendente direto de gregos e falava fluentemente a língua. Graduado em 1983 pela Faculdade Evangélica do Paraná, fez residência em ginecologia e obstetrícia no Hospital Evangélico. Dois anos depois, foi aprovado em um concurso da Prefeitura de Curitiba e começou a atuar em Unidades de Saúde pela cidade.
Funcionário também da Secretaria de Estado da Saúde, trabalhou em vários locais, entre eles na Secretaria da Pessoa com Deficiência. Lá, iniciou a primeira parceria com o Hospital Evangélico, realizando toda a concepção da parceria e sendo chefe da unidade por algum tempo. Uma de suas contribuições para a saúde pública mais lembradas é o desenvolvimento e implantação do SAMU na capital paranaense.
Profundo conhecedor do Sistema Único de Saúde (SUS), batalhou diariamente para que a população tivesse atendimento de qualidade no menor tempo possível. “Fizemos uma opção de vida e não nos arrependemos”, conta a esposa, também médica da saúde pública, Eliane Regina da Veiga. “A recompensa dele era ver as coisas funcionando na saúde, investimento sendo feito para que o sistema público fosse bom”, completa.
Mestre em Gestão e Inovação em Saúde pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, aplicava os conhecimentos acadêmicos no trabalho em Curitiba. Também se dedicou à judicialização na área de saúde, subsidiando juízes em seus pareceres e sendo ativo em discussões em câmaras e comitês sobre o tema. Ocupou cadeiras de gestão e saúde pública como professor da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, além de dar aula de suporte básico de vida, na área de urgência e de coordenar o internato em saúde coletiva.
Extremamente disponível, carregava sempre – no mínimo – dois telefones, em qualquer situação ou data. Estudioso, inteligente e empenhado no trabalho, mantinha as leiturasem dia, pois estava em constante atualização. “Era direto, resolutivo e não fazia separação por tendências partidárias, transitava por todos os locais”, lembra Eliane. Quem precisasse de ajuda, podia contar com a colaboração imediata dele. Na vida privada, deixava o lado criança aflorar ao ir para a Disney, parque pelo qual era apaixonado, assim como por filmes de fantasia, como Star Wars e 007.
Matheos deixa esposa e dois filhos.
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