Com 40 casos confirmados de morte de macacos por febre amarela, conforme o boletim epidemiológico divulgado nesta semana pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), o Paraná é o estado em que o vírus provocou mais mortes de animais em todo o país desde julho de 2019. Em São Paulo e Santa Catarina, que também registraram casos no período, foram confirmadas 3 e 1 mortes associadas à doença, respectivamente, até 16 de janeiro. Os dados são do Ministério da Saúde.
RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp
Para a Sesa, os números decorrem de uma maior circulação do vírus no estado do que entre julho de 2018 e junho de 2019, quando a doença voltou a se tornar uma preocupação para o estado e atingiu as regiões do Litoral, de Curitiba e Região Metropolitana, do Vale do Ribeira e de Castro - e causou a morte de 49 animais. “Ela chegou a Castro e, no inverno, ‘adormeceu’, porque a movimentação dos mosquitos é menor. Daí reemergiu recentemente ali, subindo em direção a Londrina, Maringá e Ivaiporã e descendo para União da Vitória” (veja os municípios com mortes confirmadas abaixo), explica a médica veterinária do Centro de Informações Estratégias em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sesa, Paula Linder.
A expectativa da secretaria é que ele atinja ainda a região de Foz do Iguaçu e chegue ao Paraguai - embora não se saiba em quanto tempo isso vai acontecer, já que ele está circulando mais lentamente do que ocorreu em São Paulo no período anterior. “Ele está passando por fragmentos florestais, onde ele gosta de circular”, diz Paula.
Mesmo servindo como alerta para que a população se vacine, a maior disseminação é vista como um movimento normal para períodos em que a doença volta a circular no país. “Sempre que a febre amarela reemerge, geralmente a cada dez anos, ela fica de um a três anos circulando em uma região e os casos vão se multiplicando quase em progressão geométrica, principalmente nos macacos. No primeiro ano, o pico é de baixo a médio, no segundo é alto, no terceiro começa a diminuir para acabar no ano seguinte. Nós estamos atravessando o segundo ano”, esclarece a médica veterinária do CIEVS.
Outra questão que explica o alto índice de epizootias - os casos confirmados da doença em animais - é que o vírus está circulando por áreas com uma população maior e mais suscetível de macacos. “A doença está adentrando locais em que a população de macacos é muito grande e são regiões que tem muitos bugios, que é a espécie mais sensível à doença no estado entre as que encontramos aqui, que incluem também o macaco-prego e o mico”, conta Paula.
Imunização
Apesar do alto número de mortes de animais pela febre amarela - 40 confirmadas, 104 em investigação, até o momento não há qualquer ocorrência confirmada em humanos; são atualmente 15 casos em investigação. Para evitá-los, a secretaria pede que a população procure as unidades de saúde e se vacine.
A vacina é indicada para crianças a partir dos nove meses, com reforço aos quatro anos, e para adultos até os 59 anos, que tomam apenas uma dose. Quem não souber se já foi imunizado ou não, deve tomar uma dose por precaução. Gestantes, mulheres que amamentam, crianças até nove meses de idade, adultos maiores de 60 anos, pessoas com alergia grave a ovo ou imunodeprimidos devem procurar orientação de um profissional de saúde para saber se podem ou se vacinar.
Além disso, as pessoas devem notificar as secretarias municipais de saúde sobre a morte de macacos em suas regiões para que elas possam ser analisadas e a circulação do vírus acompanhada. Por fim, a secretaria lembra que ninguém faça mal aos macacos que encontrar, pois eles não são os responsáveis pela transmissão da doença e a morte intencional de animais pode atrasar o trabalho de detecção do vírus.
Municípios com mortes de macaco por febre amarela:
As epizootias estão distribuídas em 18 municípios de sete regionais de saúde: Quatro Barras (1), Rio Negro (1), Mallet (1), Antônio Olinto (1) São Mateus do sul (1) e Cândido de Abreu (2), Balsa Nova (1), Mandirituba (1), Castro (11), Ipiranga (2), Palmeira (1), Piraí do Sul (2), Ponta Grossa (8), São João do Triunfo (1), Imbituva (1), Teixeira Soares (2), Prudentópolis (1) e Sapopema (2).
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná