A Covid-19 foi responsável por mais da metade das mortes causadas por doenças no Paraná em março deste ano. O número expressivo foi registrado pelo Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Irpen/PR), com base nos registros de óbitos feitos em cartórios de todo o estado.
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Segundo o levantamento feito pelo Irpen/PR, dezembro de 2020 tinha sido até então o mês mais letal da Covid-19 no Paraná, com 31,2% das mortes por Covid-19. Também tiveram alto índice de óbitos pela doença os meses de janeiro e fevereiro de 2021 (28% e 28,7% respectivamente) e julho de 2020 (21,6%). Agora, em março, as mortes por Covid-19 representaram 52% de todos os óbitos causados por doenças no Paraná.
“Nós temos um termômetro bem real e atualizado sobre esses números da pandemia. É por ali que a gente se guia para as nossas ações. Não é uma pesquisa. É uma realidade. São números oficiais, atestados por médicos e registrados em cartórios. O que está ali é real, atualizado todos os dias, não tem como dizer outra coisa. Não tem ‘será’, é um documento público, é a realidade que se apresenta”, afirmou a presidente do Irpen/PR, Elizabete Regina Vedovatto.
Os números estão presentes no Portal da Transparência do Registro Civil, uma base de dados que recebe todos os dias os registros de nascimento e óbito, além dos casamentos, feitos em cartórios de todo o Brasil. Se levados em conta as informações nacionais, o levantamento do Irpen/PR mostra que as mortes por Covid-19 representam quase metade das mortes provocadas por doenças no Brasil, com um índice de 48%.
“Através do portal dá para ter uma noção clara de como esse índice sobe e desce de acordo com as medidas tomadas pelo governo. Quando há uma liberação, a gente já começa a esperar por mais óbitos, já é possível prever essa situação com base na nossa experiência. Os números falam por si, não há como fugir”, comentou a presidente do Irpen/PR.
Mortes x nascimentos
Historicamente, o Paraná tem um saldo positivo de 7 mil nascimentos todos os meses. Mas os dados do Irpen mostram também que a pandemia trouxe outro impacto no estado: a diferença entre os nascimentos e os óbitos nunca esteve tão baixa. Em março, essa diferença foi de 1,2 mil nascimentos, o que mostra a tendência de queda populacional no estado. Como a legislação permite que nascimentos e mortes sejam registrados com até 15 dias de atraso, os números ainda podem mudar e a diferença cair ainda mais.
“É uma realidade muito triste ter o número de nascimentos muito parecido com o de óbitos. As famílias estão passando por momentos de muita insegurança. A gente recebe nos cartórios casos de famílias que estão acabando, os pais e os irmãos morrendo. É uma solidão imensa para quem fica, ainda mais porque não está sendo possível fazer uma despedida”, avaliou Elizabete Vedovatto.
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