O empresário Luiz Abi Antoun, morto em um acidente de carro no último dia 8, respondia a seis acusações na esfera criminal ligadas a escândalos que marcaram a gestão de Beto Richa (PSDB) no governo do Paraná. São processos judiciais derivados da Operação Voldemort, Operação Publicano, Operação Quadro Negro, Operação Rádio Patrulha, Operação Piloto e Operação Integração. A defesa de Abi sempre atuou pela rejeição das denúncias, nas manifestações feitas ao Judiciário, mas o próprio empresário nunca falou publicamente sobre as acusações.
Em parte dos processos, o advogado de Abi, Anderson Felipe Mariano, já comunicou o falecimento do seu cliente, apresentando a certidão de óbito. Na ação penal derivada da Operação Publicano, em trâmite na 3ª Vara Criminal de Londrina, o juiz de Direito Juliano Nanuncio já julgou “extinta a punibilidade” do acusado na última sexta-feira (11). Outros processos devem seguir o mesmo caminho.
No processo da Operação Publicano, Abi foi denunciado em 2015 pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) pelos crimes de organização criminosa e contra a ordem tributária. Primo de Beto Richa, Abi era apontado como o líder político de um grande esquema de cobrança de propina no âmbito da Receita Estadual. Dezenas de empresários e auditores fiscais também se tornaram alvos de processos judiciais, que têm sido marcados por reviravoltas e até hoje estão sem desfecho.
Já na Operação Voldemort, que apontou corrupção em contrato do governo do Paraná com empresa que faria manutenção de frota de veículos, Abi chegou a ser condenado no primeiro grau da Justiça Estadual, em agosto de 2016, pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e fraude a Lei de Licitações. Mas houve recurso a instâncias superiores contra a sentença. O caso também foi abrigado na 3ª Vara Criminal de Londrina. Foi a única sentença - os demais processos judiciais ainda estavam em andamento.
“(...) Do réu era plenamente exigida conduta diversa, sendo ele empresário, vivendo confortavelmente e com reduzidíssimo grau de exposição à criminalidade, como sujeito ativo. Apesar disso, enveredou pelo caminho do crime organizado, valendo-se de seu capital e influência política para enriquecer-se em prejuízo ao erário (...)”, anotou o juiz Nanuncio na sentença de Abi, ao tratar do grau de culpabilidade.
Aos 65 anos de idade, Abi morreu em um acidente de carro na BR-163, em Mato Grosso, no dia 8 de fevereiro último – na certidão de óbito, consta traumatismo raquimedular e fratura da coluna cervical. Ele era separado judicialmente e deixou dois filhos.
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