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Monges trapistas – Mosteiro Paraná
Único mosteiro trapista masculino do país fica em Campo do Tenente (PR), a 100 quilômetros de Curitiba| Foto: Gabriel Sestrem/Gazeta do Povo

Em uma área rural no município paranaense de Campo do Tenente – cidade com 7,5 mil habitantes, localizada a 100 quilômetros de Curitiba – encontra-se o único mosteiro trapista masculino do Brasil.

Lar de 20 monges que seguem a regra de São Bento, o local, que recebe o nome de Mosteiro Trapista Nossa Senhora do Novo Mundo, recebe visitantes de topo tipo – desde interessados em retiros espirituais ou em descanso em meio às extensas áreas verdes, até turistas atraídos pela beleza do local ou pelo estilo de vida dos monges.

Lá, os visitantes podem caminhar entre as árvores ao som de inúmeras espécies de pássaros até encontrar uma bela e ampla capela, que costuma lotar apenas nos domingos. No templo, é possível participar da missa matinal diária e das várias orações que os monges fazem ao longo do dia.

Há uma outra capela, mais intimista, que fica anexa à hospedaria do mosteiro. Aliás, os monges trapistas, conhecidos por sua hospitalidade, deixam essa característica muito evidente na estrutura que mantêm no local para receber até 12 hóspedes.

Monges trapistas – Mosteiro Paraná
Na capela principal, os visitantes podem participar da missa matinal diária e das orações que os monges fazem ao longo do dia.| Gabriel Sestrem/Gazeta do Povo

Hospedaria com som apenas do canto dos pássaros

Para hospedar-se no mosteiro trapista de Campo do Tenente, não há um valor estipulado – logicamente a maioria dos que usam o serviço costuma fazer uma contribuição financeira, já que há custos para manter a estrutura.

Na hospedaria, os visitantes desfrutam de um quarto com roupa de cama e toalhas, banheiros e outras áreas de uso comum, como uma cozinha para preparar as próprias refeições. O charme dos quartos fica por conta das belas vistas de área verde pelas janelas. Toda a hospedaria é marcada pelo máximo silêncio.

Na hora do almoço, os hóspedes (e também aqueles que informaram seu nome previamente para passar o dia no mosteiro trapista) são convidados para almoçar no refeitório, perto dos monges, uma refeição preparada pelos próprios religiosos, sem custo – um cardápio simples, sem carne; o mesmo que os monges consomem.

A regra dentro da abadia é silêncio, então quem pensa em visitar o espaço pode se preparar para fazer sua refeição ao som apenas dos talheres tocando os pratos. Quem visita o mosteiro também encontrará uma loja que comercializa livros, itens religiosos e uma série de guloseimas, desde geleias e biscoitos até bolos de frutas e chocolates artesanais, tudo produzido pelos monges. A poucos metros da loja se encontra a pequena fábrica em que os religiosos produzem os alimentos, chamada Padaria Trapista.

Mosteiro trapista no Paraná
O mosteiro conta com uma hospedaria que abriga até 12 visitantes | Gabriel Sestrem/Gazeta do Povo

Mosteiro economicamente sustentável

Algo que pode despertar a curiosidade de quem visita o Mosteiro Trapista Nossa Senhora do Novo Mundo pela primeira vez é como um número pequeno de monges é capaz de manter uma estrutura tão grande, e com tanta excelência.

A resposta está por trás da filosofia de vida dos religiosos, que é baseada na Regra de São Bento – um conjunto de preceitos escritos por Bento de Núrsia (480-547 d.C.), que serve como guia para a vida monástica na tradição católica.

O capítulo 48 da Regra estabelece que “são verdadeiramente monges quando vivem do trabalho de suas mãos”. Os religiosos trapistas, junto com alguns poucos funcionários, trabalham com afinco na lavoura, na padaria e se encarregam de todos os cuidados da casa em que residem e da hospedaria aberta ao público.

Grande parte da área do mosteiro é dedicada ao cultivo de milho, soja, cevada, trigo, aveia, centeio e outras culturas. As colheitas são vendidas para cooperativas da região, o que contribui para manter financeiramente toda a estrutura. Isso faz com que, diferentemente de outros, o mosteiro seja autossuficiente e não dependa diretamente de doações externas.

Loja com livros, itens religiosos e produtos alimentícios
Produtos como geleias, chocolates artesanais e bolos – todos produzidos pelos monges – são comercializados na loja do mosteiro.| Gabriel Sestrem/Gazeta do Povo

Onde fica e como visitar o mosteiro trapista de Campo do Tenente

“Vem para cá gente do Brasil todo que busca recolhimento espiritual, ou que quer descansar. A hospedaria costuma ficar lotada todo o ano”, conta padre Estêvão, o monge responsável por manter contato com a comunidade externa ao mosteiro.

Apesar de a maioria dos visitantes serem católicos, o mosteiro abre as portas para pessoas de outras denominações ou até mesmo que não professam a fé cristã. À reportagem da Gazeta do Povo, padre Estêvão conta que a hospedaria costuma receber periodicamente um pequeno grupo de pastores presbiterianos que aproveitam o silêncio para fazer retiros espirituais.

Já para quem deseja participar das atividades religiosas, há missas de segunda a sábado, às 6h15. Nos domingos, dia da semana em que o local costuma estar mais cheio, a celebração acontece às 10h. Ao longo do dia, na capela principal, os monges fazem as orações do Ofício Divino, conhecidas como “Liturgia das Horas”. Essas orações também são abertas ao público.

O Mosteiro Trapista Nossa Senhora do Novo Mundo fica aberto ao público todos os dias, entre 6h e 18h. Seja para hospedagem ou apenas para passar o dia é preciso informar antecipadamente o nome aos religiosos. Isso pode ser feito pelo e-mail hospedariatrapista@gmail.com ou pelo WhatsApp (41) 3628-1264.

Endereço: Rodovia PR 427, km 07, 3301 | Rio da Várzea, Campo do Tenente - PR

Veja mais fotos abaixo:

  • Quarto da hospedaria
  • Entrada do Mosteiro Trapista Nossa Senhora do Novo Mundo, localizado em Campo do Tenente, no Paraná
  • Placa que direciona os visitantes para a capela principal
  • Produtos alimentícios fabricados pelos monges trapistas do Paraná
  • Templo do mosteiro trapista localizado no Paraná. Local fica a 100 quilômetros da capital, Curitiba.
  • Mosteiro trapista a 100 quilômetros de Curitiba conta com ampla área verde
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