A movimentação de cargas paraguaias cresceu quase 10 vezes no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) em 2021 em comparação com 2020. Enquanto em 2020 foram 600 contêineres, no ano passado foram 5.500. A maioria dos contêineres (91%) estavam carregados com cargas importadas pelo Paraguai e apenas 9% com produtos paraguaios destinados à exportação.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
Entre os produtos importados pelo Paraguai via Paranaguá se destacam eletrônicos, pneus e defensivos agrícolas. Já o principal produto que sai do país vizinho com destino ao mercado externo é carne bovina congelada.
“O Paraguai tem buscado cada vez mais o nosso porto pela solução logística que oferecemos”, diz Thomas Lima, diretor institucional do TCP. Segundo ele, operando pelo porto paranaense, os importadores e exportadores paraguaios ganham cerca de 30 dias na movimentação das cargas. Segundo o diretor do TCP, depois de crescer 10 vezes em 2021, a meta para 2022 é dobrar o movimento em comparação ao último ano.
O porto de Paranaguá e, em especial, o Terminal de Contêineres, passou a ser uma solução para o Paraguai principalmente depois da crise hídrica, do ano passado, que afetou o nível dos rios, prejudicando a movimentação das barcaças, principal meio de transporte das cargas paraguaias.
Facilidade e rapidez fazem a diferença
A Agrotec é uma das maiores importadoras de insumos agrícolas do Paraguai. Com 33 anos de atuação, em 2020 começou a operar pelo TCP, em Paranaguá, para trazer suas cargas, a maior parte importada da China, Israel e Rússia.
“A facilidade e a rapidez foi o que nos levou a procurar o porto de Paranaguá”, diz Ruben Peña, coordenador de comércio exterior da Agrotec. Ele observa que na agricultura não se pode perder tempo. “Há um momento certo para aplicar o defensivo, por isso temos que estar com o produto disponível no mercado na hora certa, não podemos atrasar”, explica.
Peña conta que, em 2020, a Agrotec importou 40 contêineres. Em 2021, foram 120. Eles chegaram ao Paraguai vindos dos portos de Montevidéu e Paranaguá. “Para 2022 já contratamos 300 contêineres, dos quais 200 virão via TCP, de Paranaguá”, informa.
Paraná espera equalizar taxas com Argentina e Uruguai
“O Paraguai tem quatro portas para o mercado externo, via mar: os portos de Santos, Paranaguá, Montevidéu e Buenos Aires”, observa o diretor do TCP. Ele conta que o porto paranaense tem sido bastante procurado pela agilidade na operação, mas diz que ainda há que se melhorar as condições de competitividade em relação aos portos da Argentina e Uruguai.
“Devido à taxa de importação do Paraguai, temos um custo de U$ 300 a mais para cada contêiner que entra no país em comparação às cargas que chegam ao Paraguai vindas da Argentina e do Uruguai", explica o diretor do TCP. Ele refere-se à taxa de Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP), que varia para cada país. “Mesmo com essa desvantagem, estamos crescendo, mas buscamos solucionar essa situação para sermos ainda mais competitivos”, diz Thomas Lima.
No final de março, a diretoria do TCP juntamente com usuários do terminal reuniram-se com o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) pedindo a interferência junto ao governo paraguaio para a equalização da taxa.
Por nota, o governo do Paraná informou que "vem atuando junto ao governo do Paraguai para que haja uma equalização das taxas/tarifas cobradas junto das empresas exportadoras do Paraguai, tanto aquelas destinadas ao Brasil como as destinadas ao Uruguai/Argentina". "Como o processo ainda está em negociação, os detalhes estão reservados às partes", acrescenta.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião