| Foto: Gazeta do Povo
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O Movimento Endireita Brasil (MEB), fundado pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), fez um jantar palestra em Curitiba nesta sexta-feira (28). O parlamentar, que foi ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, apresentou, ao lado da pré-candidata à prefeitura de Curitiba Cristina Graeml, a palestra “Como nasceu o movimento conservador brasileiro”. Eles apontaram os principais valores dessa vertente política, como o direito à vida, à propriedade privada, a defesa da família e o liberalismo econômico.

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Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Salles e Cristina destacaram a importância do fortalecimento dos movimentos de direita no Brasil diante do que o deputado de São Paulo descreveu como "guerra cultural".

O crescimento do conservadorismo

Salles lembrou que, quando fundou o MEB, em 2006, o Brasil só apresentava no cenário político candidatos da esquerda e de centro-esquerda, sendo que o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) era considerado a opção à direita.

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“Naquela época, você dizer que era de direita era praticamente uma heresia”, relembrou o deputado federal. Ele frisou que, no período, que era o início do segundo mandato de Lula, o Brasil, ao contrário de outros países do mundo, não tinha nomes à direita em destaque no cenário político.

O parlamentar destacou que, ao longo dos 18 anos de MEB, brasileiros de direita “começaram a sair do armário”, posicionando-se dentro desse espectro político.
Cristina Graeml ressaltou que, diante de pautas de costumes sendo levantadas no debate público, como o projeto de lei antiaborto, parte da população começou a enxergar a necessidade de se posicionar mais claramente como conservadora.

Liberalismo na economia

Salles destacou que a política econômica defendida pela direita também tem ganhado força nos últimos anos. O parlamentar opinou que, antes da gestão 2018-2022, de Jair Bolsonaro, era “impensável” no Brasil aplicar uma economia liberal. "O governo Bolsonaro, com o [ex-ministro] Paulo Guedes, comprovou que é bom ser liberal na economia”, descreveu.

Já Cristina Graeml ressaltou que, mesmo em pandemia e com guerra na Ucrânia, o Brasil esteve melhor quando experimentou uma política econômica liberal do que agora, com o governo Lula.

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Eleições 2024

A pré-candidata curitibana também analisou o crescimento do eleitorado que se declara de direita. “As eleições de 2024 estão mostrando o tamanho do movimento conservador brasileiro”, observou Cristina. Ela destacou que a maior parte dos brasileiros que não costumavam se enquadrar em um espectro político passaram a se posicionar diante das pautas políticas, econômicas e de costumes que se levantam durante as pré-campanhas, como a descriminalização de drogas e o aborto.

De acordo com Cristina, os pré-candidatos estão percebendo que os conservadores são “um eleitorado muito fiel” e, portanto, estão se colocando também como “de direita”, como se fosse “uma grife”.

Diante disso, a pré-candidata destacou a importância do eleitorado que se posiciona como conservador de reconhecer quem “realmente é de direita”.

Ela lembrou um vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) nesta semana, onde o parlamentar incita o público a questionar onde estavam e o que fizeram seus candidatos nos últimos acontecimentos que, de acordo com Nikolas, cercearam as liberdades de brasileiros.
Cristina apontou que a maioria dos políticos que se posicionam como centro-direita tendem, na verdade, a apoiar pautas da esquerda. Ela se colocou como a única pré-candidata conservadora de Curitiba.

Até 2026

Salles e Cristina concordaram que o movimento conservador no Brasil precisa se fortalecer para conseguir que a direita vença as eleições de 2026 e que, se isso acontecer, será necessário "muito trabalho" para reverter as políticas implantadas pelo governo Lula. “O que levou quatro anos para começar a arrumar eles destruíram em poucos meses, como se fosse um cupim que toma conta de um pedaço de madeira”, descreveu o parlamentar de São Paulo.

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Para ele, a união da direita, na tentativa de voltar ao poder em 2026, depende da identificação de quem realmente se coloca nesse grupo. “O refinamento da direita passa em saber quem está com a gente e quem não está”, concluiu o deputado federal.