O Ministério Público do Paraná (MP-PR) enviou ofício ao governo do estado cobrando explicações sobre a quantidade de vacinas de Covid-19 enviadas a Curitiba em comparação a outros municípios. A Promotoria de Proteção à Saúde Pública quer saber se há desequilíbrio proporcional nas remessas enviadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), conforme alega a prefeitura, o que comprometeria a campanha de imunização na capital. Nesta quinta-feira (17), Curitiba suspendeu pela segunda vez na semana a vacinação por ordem de idade justamente por falta de doses [ler abaixo].
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O ofício, assinado pelo promotor Marcelo Paulo Maggio, tem objetivo de "melhor conhecer e, em sendo o caso, adotar providências relacionadas ao pleito de maior distribuição de vacinas em prol do município de Curitiba, de modo a 'atingir percentual de 62%'". Os 62% a que a petição se refere é da média dos municípios paranaenses que mais receberam doses proporcionalmente, segundo levantamento da própria prefeitura. Para chegar a esta marca, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estima que precisa receber mais 194.555 doses imediatamete.
O MP-PR pergunta ainda no ofício enviado ao estado como é feito o cálculo de distribuição das doses aos municípios e se é possível o governo atender à requisição da prefeitura do aporte dessas 194.555 doses.
Quinta-feira (16), o prefeito Rafael Greca (DEM) cobrou do governador Carlos MassaRatinho Jr (PSD) uma "correção do desequilíbrio no repasse de vacinas anticovid". Greca afirmou haver um desajuste proporcional das remessas de doses para a capital em relação ao envio a outros 191 municípios. Esse desequilíbrio, aponta a SMS, dificultaria Curitiba de cumprir a meta estipulada por Ratinho Jr de aplicação da primeira dose em toda a população acima de 18 anos do estado até setembro.
“Estou pedindo que o governador Ratinho Junior repare esta injustiça. Não estou pedindo nenhum favor, estou pedindo respeito a Curitiba”, cobrou do governador o prefeito em vídeo postado no Facebook quinta-feira.
O governo do estado disse não ter recebido o pedido de explicações do MP-PR até o começo da tarde desta sexta, mas nega estar prejudicando Curitiba no envio de vacinas da Covid-19. "As vacinas são distribuídas igualitariamente entre os municípios desde o primeiro lote recebido pelo Paraná, de acordo com a orientação de cobertura vacinal do Ministério da Saúde”, aponta nota da Sesa . “Todas as cidades são abastecidas proporcionalmente com doses referentes a cobertura dos grupos que devem ser atendidos em cada remessa”, conclui a Secretaria de Saúde do Paraná. Mesmo assim, a Sesa afirma que vai averiguar o documento enviado por Curitiba em que reivindica mais vacinas.
Sem doses
Pela segunda vez nesta semana, Curitiba suspendeu nesta quinta-feira (17) a vacinação da da população por ordem de idade - está sendo feita apenas a aplicação da segunda dose e de primeira dose nos grupos prioritários. A vacinação por idade parou no grupo de 53 e 54 anos, que recebeu a primeira dose quarta-feira (16), quando a prefeitura teve de remanejar todo o estoque de vacinas que era destinado ao grupo de comorbidades e uma parcela do estoque do grupo de profissionais de saúde.
Isso porque a remessa de 12.550 doses entregue segunda-feira (14) não eram suficientes para que Curitiba cumprisse a meta do governador Ratinho Jr de iniciar a vacinação da população da faixa etária de 40 anos ainda nesta semana. Segundo a prefeitura, o montante enviado era suficiente para vacinar apenas 2,4% do total de 500 mil pessoas entre 40 e 59 anos. Antes, a vacinação por idade havia sido suspensa na capital por falta de doses segunda-feira.
Nesta quinta-feira (17), o governo do estado vai receber do Ministério da Saúde um total de 234.510 doses de vacina da Covid-19. Serão 90.600 da Coronavac e 143.910 da Pfizer.
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