Boca Aberta Junior e seus pais, Boca Aberta (à direita) e a vereadora londrinense Mara Boca Aberta, foram requeridos nas ações.| Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Cambé
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O Ministério Público do Paraná (MPPR) em Londrina ajuizou duas ações civis públicas na quinta-feira (20) contra o deputado estadual Boca Aberta Junior (Pros). Uma delas diz respeito a um suposto esquema de rachadinhas de salários de assessores, cujos valores teriam sido usados para pagamento de despesas pessoais do deputado estadual e do seu pai, o deputado federal Boca Aberta, e sua mãe, Mara Boca Aberta (ambos também do Pros), que é vereadora em Londrina. Os dois e uma assessora do deputado estadual também foram requeridos nas ações.

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Segundo o MP-PR, as investigações revelaram também que Boca Aberta Junior teria desviado parte de kits de materiais esportivos disponibilizados pela Paraná Esporte e entregues a escolas estaduais. A promotoria apontou que os valores desviados no suposto esquema de rachadinhas seriam de pouco mais de R$ 80 mil. Já os desvios dos kits representariam aproximadamente R$ 200 mil.

Deputado federal alega perseguição e se diz vítima de fake news

Em áudio distribuído à imprensa, no qual disse falar em nome de Boca Aberta Junior e de Mara Boca Aberta, o deputado federal Boca Aberta disse que o promotor Renato de Lima Castro “persegue” sua família. Ele argumentou que as denúncias de rachadinhas são “fake news” de ex-assessores.

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“Eu desafio qualquer homem, pobre mortal, de carne e osso, a provar, mostra um vídeo, um áudio, um documento, um print, eu pedindo para fazer esquema, maracutaia e traquinagem. É tudo mentira, tudo rei da boataria. Os carnês do IPTU estão comigo, como é que ele [ex-assessor] pagou? Uma única vez que eu dei dinheiro, 300 e poucos reais, ele fala que pagou do salário? É a maior mentira do mundo”, disse o deputado federal.

A respeito da denúncia sobre desvio dos kits, Boca Aberta argumentou que os materiais foram entregues na íntegra e que as diretoras das escolas assinaram termos de recebimento. “Todos os kits foram entregues, vieram de Curitiba e nós entregamos do jeito que vieram, de caixa fechada. Tem assinatura das diretoras, tem vídeo mostrando a entrega”, disse o deputado federal.

Em nota, Boca Aberta Junior reiterou os argumentos do pai e acrescentou, a respeito de depoimentos de ex-assessores que apontaram que ele teria exigido que pagassem o aluguel de um suposto gabinete em seu nome e de Boca Aberta, que o local nunca foi utilizado como gabinete parlamentar, mas sim como comitê de campanha por um dos ex-assessores, quando este foi candidato a vereador. “Nunca houve rachadinha ou qualquer desvio de material esportivo, mas apenas a tentativa de adversários políticos, todos em benefício pessoal, de utilizar o nome da minha família para se autopromover”, disse o parlamentar.

A Gazeta do Povo não conseguiu contato com Mara Boca Aberta. O espaço está aberto para manifestação.

MP-PR rebate acusações a promotor

A respeito das críticas pessoais feitas por Boca Aberta ao promotor Renato de Lima Castro nas redes sociais e no áudio distribuído à imprensa, o MP-PR manifestou “repúdio a qualquer tentativa de ameaça à firme e independente atuação da instituição na defesa da sociedade”.

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“As palavras proferidas pelo parlamentar, para além de não encontrarem respaldo na realidade, atentam contra o estado democrático de direito e em nada contribuem para o aperfeiçoamento das instituições e para a proteção dos direitos e interesses da população”, informou o MP-PR, em nota.

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