O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo de Oliveira, por lavagem de dinheiro e associação criminosa em caso envolvendo agentes políticos e uma indústria farmacêutica. Outras nove pessoas, incluindo o ex-senador por Santa Catarina Paulo Bauer (à época dos fatos no PSDB), foram denunciadas. Hidalgo e Bauer negam irregularidades. A denúncia foi oferecida à Justiça Federal de São Paulo.
Segundo o MPF, a Hypermarcas – que hoje se chama Hypera Pharma e é dona de marcas como Benegrip, Engov, Doril, Gelol, Merthiolate, entre outras – pagou o equivalente a R$ 11,8 milhões em propina a Bauer entre 2013 e 2015 para fazer avançar no Congresso projetos alinhados ao interesse da empresa. O órgão sustenta que o dinheiro era repassado via contratos fictícios com empresas de advocacia, engenharia, informática e pesquisas – neste último caso, a Paraná Pesquisas.
A denúncia se baseou, alega o Ministério Público, na delação premiada de Nelson José de Mello, que é ex-diretor de relações institucionais da farmacêutica. Segundo a investigação, Bauer foi escolhido por ser “visto como importante agente político em ascensão dentro do PSDB, alçado a candidato para o Governo de Santa Catarina e, posteriormente, a posto de líder do partido no Senado”.
O senador, diz a denúncia, atuou com especial dedicação à proposta de emenda à constituição 115/2011 (atualmente arquivada), de sua autoria, a qual tratava da concessão de imunidade tributária sobre os medicamentos de uso humano. Ao longo dos três anos, o MPF diz ter identificado uma série de repasses feitos pela Hypermarcas às empresas que atuavam na suposta lavagem de dinheiro. Cerca de R$ 750 mil foram feitos via Paraná Pesquisas, denuncia o órgão.
“Ficou demonstrado que todos estes contratos são ideologicamente falsos, servindo apenas para dar cobertura formal aos citados pagamentos feitos ao longo de 2013, 2014 e 2015, sem que tenha ocorrido contraprestação de serviços para as empresas contratantes, em favor do então senador Paulo Bauer, que atuava no Senado para beneficiar o grupo Hypermarcas”, diz o texto.
Outro lado
Em nota, o Instituto Paraná Pesquisas diz que “a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal possui fatos sem nexo de casualidade”. Hidalgo e a empresa se dizem “à disposição da Justiça para esclarecer todos os fatos e provar que os serviços de opinião pública foram prestados conforme explicitados em contrato”. O texto finaliza repudiando “qualquer ilação feita na denúncia de prática de corrupção”.
A defesa do ex-senador Paulo Bauer alega que “os fatos não são verdadeiros, como será demonstrado no processo”. Sustenta ainda que a delação de Nelson Mello havia sido questionada, em 2019, pelo próprio MPF.
A reportagem ainda aguarda o posicionamento do grupo Hypera Pharma.
Leia a denúncia:
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