Na nova bancada do Paraná, deputados federais aliados a Lula são minoria

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O presidente da República eleito neste domingo (30), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terá oito aliados diretos na bancada do Paraná na Câmara Federal, em Brasília, a partir de 2023. Entre os 30 deputados federais eleitos no início do mês, oito são filiados ao PT ou a algum partido político da aliança que sustentou Lula na campanha eleitoral (PCdoB, PV, Solidariedade, Psol, REDE, PSB, Agir, Avante e Pros). Os oito aliados formais de Lula são os petistas Gleisi Hoffmann, Carol Dartora, Zeca Dirceu, Enio Verri e Tadeu Veneri, além de Aliel Machado (PV), Luciano Ducci (PSB) e Toninho Wandscheer (Pros). Da lista, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também é cotada para assumir alguma pasta da nova Esplanada dos Ministérios.

Considerando a aliança formal em torno da candidatura de Jair Bolsonaro (PL), que saiu derrotado nas urnas, seriam oito naturais opositores de Lula a partir de 2023, na bancada do Paraná. São três integrantes do PL (Filipe Barros, Giacobo e Vermelho), quatro filiados ao PP (Tião Medeiros, Pedro Lupion, Ricardo Barros e Dilceu Sperafico) e um do Republicanos, Diego Garcia.

Apesar disso, o número de aliados do presidente do PT ainda pode subir. Entre os 30 eleitos pelo Paraná, 14 estão hoje filiados a legendas que, no primeiro turno das eleições deste ano, não apoiaram nem Lula e nem Bolsonaro (como o PSD), ou optaram por lançar seus próprios candidatos na disputa (como o União Brasil, via Soraya Thronicke).

Entre os 14 nomes, há um notório bolsonarista, o Sargento Fahur (PSD), e outros dois que carregam a bandeira anti-PT, como Deltan Dallagnol (PODE) e Felipe Francischini (União). Os demais são os seguintes: Beto Preto (PSD), Sandro Alex (PSD), Paulo Litro (PSD), Leandre (PSD), Luísa Canziani (PSD), Luiz Nishimori (PSD), Delegado Matheus Laiola (União), Padovani (União), Geraldo Mendes (União), Sérgio Souza (MDB) e Beto Richa (PSDB).

A maior parte deles, por terem apoiado a reeleição do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), também se engajaram na campanha para Bolsonaro, incluindo Sérgio Souza, filiado ao MDB de Simone Tebet, agora cotada para a Esplanada dos Ministérios do novo governo Lula.

Ratinho Junior e Bolsonaro são aliados desde a disputa de 2018. Mas, formalmente, o PSD não fez alianças no plano nacional e nem apresentou candidatura própria ao Planalto. Ratinho Junior e Lula também já foram aliados no passado. Além disso, o PSD nacional, de Gilberto Kassab, chegou a se aproximar de Lula ainda antes do início da campanha. A aliança acabou frustrada, mas há diálogo entre eles.

“Encerradas as eleições, além de cumprimentar o presidente Lula pela vitória, espero que a sua disposição de unir o Brasil, manifestada no seu discurso de vitória, seja bem-sucedida. Será uma gestão para conciliar o Brasil, em que vencedores e vencidos atuem, cada um em seu papel, em defesa dos interesses dos brasileiros. O PSD optou pela neutralidade e teve grandes lideranças nacionais ao lado de cada candidatura”, escreveu Kassab, logo após o resultado das urnas.

Nos bastidores, petistas apontam o PSD e o União Brasil como os primeiros alvos na busca pela ampliação da base aliada no parlamento. Assim como Kassab, o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, também já fez acenos ao presidente eleito. "Agora é momento de unirmos, de união, de estarmos juntos pela paz, por uma menor desigualdade social, para mais emprego, desenvolvimento econômico e mais fraternidade entre nós brasileiros", declarou Bivar, em vídeo divulgado após o resultado das urnas.

Na nova Câmara dos Deputados, eleita em 2 de outubro, o PL de Bolsonaro se tornou o maior partido político, com 99 deputados federais eleitos, entre 513 nomes. A segunda maior bancada é da Federação PT, PCdoB e PV, ligada a Lula, com 80 parlamentares eleitos.

Em todo o país, Lula obteve 60.345.999 votos (50,90% dos votos válidos) no último domingo (30). Bolsonaro recebeu 58.206.354 votos (49,10% dos votos válidos).