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Fachada do Hospital do Trabalhador, no Novo Mundo, em Curitiba.
Fachada do Hospital do Trabalhador, no Novo Mundo, em Curitiba.| Foto: Cassiano Rosario/Arquivo/Gazeta do Povo

Hospital de referência para receber os casos mais sérios de coronavírus em Curitiba, encaminhados pelas unidades de saúde, o Hospital do Trabalhador (HT) já tem 23 pessoas internadas em leitos isolados de enfermaria e outras 20 pessoas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), todas com suspeita da Covid-19.

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Segundo o diretor do Hospital, o médico Geci Labres Souza Júnior, até agora, apenas um caso da doença foi confirmado laboratorialmente. No entanto, ele afirma que o número real é maior. “O resultado do teste tem levado de cinco a sete dias para ser entregue, dependendo do volume de trabalho no laboratório. Até o resultado oficial, não podemos cravar que o caso é de Covid-19, mas o diagnóstico clínico nos leva a crer que a maior parte dos casos atendidos aqui seja sim do novo vírus”, diz.

O diretor reforça que não houve mortes pela doença, até agora, no Trabalhador. Nos últimos dias, textos e áudios de supostos funcionários do Hospital têm se espalhado por grupos de WhatsApp. Nas mensagens, é descrita uma situação caótica e até mortes são relatadas. O médico pede que a população não acredite em fontes não oficiais de informação.

“Somos um hospital público e não temos interesse em enganar a população ou esconder a gravidade da situação. Tudo o que ocorre aqui é relatado às autoridades de saúde e fica à disposição da imprensa, não há necessidade de a população buscar informações por outros meios”, declara.

O médico pede ainda à população que não vá diretamente ao Hospital do Trabalhador para procurar atendimento: “o hospital é referência para que as unidades de saúde mandem os casos graves, não para o público em geral fazer consultas. Não podemos gastar nossa energia em triagem, por favor, não procurem o Hospital do Trabalhador”.

Novos leitos para o aumento de casos

Nesta terça-feira (24), 12 novos leitos de enfermaria em isolamento e outros 12 de UTI foram abertos no Centro Hospitalar de Reabilitação (CHR), que fica no Cabral, e faz parte da estrutura do Hospital do Trabalhador. Estes locais também serão destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19. Segundo Souza Júnior, mais 14 leitos de UTI e 14 de enfermaria serão abertos até a próxima sexta, também com este propósito.

A expectativa, segundo ele, é de um aumento no número de casos nas próximas semanas. “O problema com a Covid-19 é que esses leitos não giram muito. Enquanto um paciente de trauma permanece três ou cinco dias na UTI, os com crise respiratória precisam ficar de duas a três semanas”.

O médico diz ainda que a situação dos insumos, como máscaras, luvas e aventais para atendimento dos doentes permanece sob controle. “Temos de 7 a 10 dias de tranquilidade pela frente, e já estamos em contato com fornecedores para as próximas semanas”.

Hospital de referência

Ainda segundo o diretor, a instituição foi escolhida como referência inicial por conta da experiência histórica com casos de infecção. O Hospital do Trabalhador funcionou por quase  30 anos como sanatório para pacientes com tuberculose. Nos anos 80, foi referência no atendimento a casos de Aids no Paraná. “Nossos infectologistas têm essa expertise, o que permite que se adaptem rápido a novas doenças”, diz.

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